sábado, 17 de março de 2012

Discos que Marcaram a Minha Vida - Frank Zappa - Hot Rats - 1969



Visionário, polêmico, louco, ousado, provocativo, sarcástico, inventivo, contestador, virtuoso, revolucionário … para defini-lo, na verdade, bastaria um só adjetivo: genial! Falar de Frank Zappa é trazer à mente o nome de um dos artistas mais importantes do século 20 e, porque não, da história da música universal. E isso não é nenhum exagero! Sua morte, em 1993, deixou uma lacuna irreparável na música e no coração dos fãs.
Frank Vincent Zappa nasceu em 21 de dezembro de 1940, na cidade de Baltimore, Estados Unidos, filho de uma família pobre de imigrantes italianos. Ainda garoto começou a se interessar por música, ouvindo junto com os pais discos de r&b, blues e jazz. Mais tarde, passou também a se interessar por música clássica, tendo Igor Stravinsky, Karlheinz Stockhausen e Edgard Varèse como seus compositores prediletos. Vem daí a sua adoração por estruturas musicais complexas e grandiosas. Há um tempo atrás eu já havia ouvido tudo isto dito acima, e um pouco mais sobre o bigodudo mais louco do mundo da música, e foi com este disco que além de conhecer , gostar e começar a comprar seus discos, foi este que me mostrou a genialidade e exuberância musical de Frank Zappa.
Mais em 1969, Zappa além de frustrado por seus discos com o Mothers of Invention não venderem bem, pagar o salário de sua antiga banda literalmente deixou um rombo no bolso do guitarrista. Não havia outra opção,se não uma mudança de banda para o próximo lançamento e Zappa não perdeu tempo.Pegou seu fiel amigo Ian Underwood, seu chapa Captain Beefheart, e os violinistas Don Sugarcane Harris e Jean Luc Ponty, contando com um número menor de músicos em sua banda, Zappa não deixou barato, gravando e produzindo um de seus melhores  álbuns.
Um álbum todo instrumental,contando com apenas uma música com vocal, Hot Rats gira em torno do jazz , do rock e algumas outras influências de Zappa, mas contamos também com o virtuosismo dos músicos e a forma como o colocam nas faixas. " Peaches En Regalia" é inspiradora e peculiar ao mesmo tempo, sendo a música preferida do público nos 20 anos seguintes, é só ouvir e comprovar; nela Zappa toca um octave bass. Já em "Willie the Pimp", com os grunhidos chapantes de Beefheart, vai fundo no Blues e tem um solo explosivo do guitarrista com wha wha. " Son of Mr.Green Genes", amplia a forma do disco anterior, com um toque mais jazzístico. A faixa " Little Umbrellas", calcada em uma linha de baixo, é mais tranquila , metálica, estranha com um arranjo peculiar, que quanto mais se ouve mais se curte.
“Hot Rats” nos reserva ainda mais um ápice musical com a incrível “The Gumbo Variations”, um rhythm and blues peculiar que serve de cama para performances arrebatadoras de Zappa, Ian Underwood e Don Harris. Ouvir seus quase treze minutos de duração é uma experiência única, e que deveria ser recomendada para toda e qualquer pessoa que tem a música como um dos elementos principais da sua vida.Encerrando, uma curiosidade histórica: a figura da capa de “Hot Rats” até hoje é apontada por muitos como o próprio Frank Zappa, mas na verdade é Christine Frka, uma das integrantes do grupo exclusivo de groupies que seguia Zappa e sua banda, as GTOs – Girls Together Outrageously. A foto, com Christine esperando na surdina dentro de uma piscina, foi tirada em uma mansão de Beverly Hills, e não deixa de ser uma metáfora para o que “Hot Rats” faz com o ouvinte: o pega de surpresa, no susto, e o leva a uma viagem fantástica, da qual ele jamais se esquecerá.

Músicas :
1 - Peaches En Regalia - 3:37
2 - Willie The Pimp - 9:16
3 - Son Of Mr. Green Genes - 8:58
4 - little Umbrellas - 3:04
5 - The Gumbo Variations - 16:55
6 - It Must Be A Camel - 5:15




 

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