quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Discos que Marcaram a Minha Vida - Tracy Chapman - Tracy Chapman - 1988



Sabe aqueles almoços em família, rolam aquela reunião e falação incansáveis, e tem uma hora em que você  procura algo mais interessante pra fazer. Uma tia minha teve um namorado que gostava de música e compartilhava seu gostos e discos comigo, um deles foi o desta maravilhosa cantora pop americana de voz única e honestidade cortante , foi algumas vezes a trilha sonora de alguns daqueles almoços em família , e hoje em dia toca por várias vezes no meu cd player.
Tracy Chapman (Cleveland, Ohio, 30 de março de 1964) é uma cantora de música pop, R&B jazz e soul, vencedora por diversas vezes do Grammy, tornada mundialmente famosa por suas canções "Baby Can I Hold You", "Fast car" e "Bang bang bang".Ainda durante a faculdade, Chapman começou a apresentar-se nas ruas, tocando seu violão em cafés de Cambridge, Massachussets. Enquanto esperava sua graduação acadêmica, assinou contrato com a SBK Records, em 1988, lançando seu primeiro álbum, intitulado "Tracy Chapman" - que foi logo aclamado pela crítica, e ela passou a realizar tournês e conquistar o público.


Juntando sua honestidade e a pura alma das suas músicas , guitarra e voz sem amplificadores , casaram como nunca, e é um charme a mais para o disco.Pois para esta estreante desconhecida, convites como tocar no 70º aniversário de Nelson Mandela, no estádio de Wembley, era um sonho concretizado. Pois a artista conquistou uma audiência global televisiva  do dia para a noite, suas baladas blues - folk e suas declarações comoventes as vezes ingenuinamente irritante.

 Os músicos que acompanham a cantora dão um toque a mais e nota se um certo entrosamento entre ambos, o que faz com que as músicas ganhem um charme a mais. Aqui não temos notas tocadas a velocidade da luz , nem artistas que são mais bizarros do que seu ego inflado , não temos uma artista montada nos escritórios de uma gravadora qualquer , em algum lugar do mundo. Temos aqui uma coleção de canções , que acho desde os anos 60 não se via algo parecido na indústria fonográfica mundial. O disco vendeu bem, alcançando vários certificados de vendagem da RIAA (discos de platina), e fazendo-a vencer no ano seguinte (1989) quatro Grammy Awards, inclusive a de melhor artista revelação. As canções são tão ricas em simplicidade emotiva e baladas tão dolorosamente ternas que não foi surpresa que milhões tenham se rendido a música de Chapman. E você já se rendeu , e comprou ?

      Músicas :
  1. "Talkin' Bout a Revolution" – 2:39
  2. "Fast Car" – 4:56
  3. "Across the Lines" – 3:24
  4. "Behind the Wall" – 1:49
  5. "Baby Can I Hold You" – 3:14
  6. "Mountains o' Things" – 4:39
  7. "She's Got Her Ticket" – 3:56
  8. "Why?" – 2:06
  9. "For My Lover" – 3:12
  10. "If Not Now..." – 3:01
  11. "For You" – 3:09

 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DVD - Allan Holdsworth and Alan Pasqua - Featuring - Chad Wackerman and Jimmy Haslip - 2007



Nota : 10

Um dos maiores guitarristas de todos os tempos, pouco conhecido fora dos circuitos do jazz rock e do fusion. Allan Holdsworth não está nas paradas de sucesso. No entanto, desconhecer o seu trabalho é uma espécie de crime para os apreciadores de música.Este pacato inglês de Bradford recebeu suas primeiras aulas do pai, que era um músico amador. Depois, já um virtuose em seu instrumento, ele foi convidado por um dos maiores saxofonistas ingleses, Ray Warleigh, para tocar em Londres.
Nos anos 1970, ele deu início à sua frutífera carreira solo. Nos anos 1980, ele foi um dos primeiros músicos a utilizar um SynthAxe, instrumento que era uma mistura de guitarra e sintetizador. Nos anos 1990, ele já era uma das figuras mais importantes da história do jazz rock e do fusion.suas músicas são marcadas por complexas e, muita vez, impossíveis progressões e improvisações. O som limpo produzido por sua técnica de legato é inconfundível.
Além de sua inegável qualidade musical, Holdsworth também é responsável por várias inovações tecnológicas da guitarra. Suas experimentações não se limitam apenas ao campo musical, ele sempre está buscando novas possibilidades técnicas no instrumento.
Por esses e outros motivos, sua obra levou a capacidade desse instrumento para locais jamais imaginados. Alguns dos acordes que ele executa só podem ser ouvidos em suas músicas simplesmente porque outros músicos não são capazes de fazê-los. A obra de Holdsworth ampliou muito as possibilidades de improvisação da guitarra e levou o jazz rock e o fusion para campos harmônicos nunca dantes navegados.


Foi em 2007  que o guitarrista Allan Holdsworth faz um retorno aos olhos do público. Como planejado,reedições de sua discografia, há muito tempo fora de catálogo e mais uma  extensa turnê  em anos, este guitarrista inovador —pode ser finalmente pronta para o maior reconhecimento que ele sempre é merecido.


No Outono de 2006, Holdsworth reuniu-se com o tecladista Alan Pasqua, com quem ele trabalhou pela primeira vez no lendário grupo do baterista Tony Williams  dos anos 70. Enquanto esse grupo lançou apenas dois registros, o primeiro —Believe It (Sony, 1975) — é considerado um clássico de fusão e apresenta dois especialmente duradouras faixas, Holdsworth "Fred e"Protocosmos do Pasqua. Ambos estão incluídos em Allan Holdsworth e Alan Pasqua com Chad Wackerman e Jimmy Haslip, filmado no clube de Oakland Yoshi no final de setembro de 2006. Dado o longo relacionamento da Holdsworth com Wackerman (baterista), o baixista Haslip é a cara  nova aqui, embora como co-fundador do grupo popular de jazz contemporâneo Yellowjackets, ele não é uma entidade desconhecida.
O DVD captura 85 minutos de material antigo e novo das carreiras do guitarrista e tecladista e foi todo filmado em alta definição.
 Seu notável estilo legato, praticamente eliminando o ataque de sua guitarra, está em pleno vigor, mas com seu vibrato de assinatura e bom gosto, no uso da alavanca. Os arranjos das músicas são uma aula pela sofisticação, timbres que colorem a todo momento, e uma bateria pra lá de extraordinária são o conjunto essencial que faz este dvd ser um ótimo documento da música. Aqui, com um grupo que em alguns aspectos, pagando tributo para o novo ciclo de vida da música, o baterista  Wackerman, demonstra que a  combinação paradoxal de poder e finesse que fez Tony Williams uma força musical tão potente e diversificada, o mesmo mostra nos  assim  no decorrer do show. Ele toca a  intro de tambor de Williams para "Fred, mas depois de mais  uma referência,  ele está jogando em seu próprio jogo. Capaz de sulcos fortes, propulsão, ao responder a tudo acontecendo ao seu redor, ele é ocupado por vezes mas nunca supérfluo ou excessivo. é uma característica que define todo o show. Há uma abundância de alta velocidade jogando acontecendo, mas é tudo significativo e proposital, nunca o tipo de tocar sem rumo que muitas vezes dá a fusão uma má fama.
Haslip, como Wackerman, parecem saber apenas como equilíbrio energético jogando com o groove sustentado. Antes de Haslip tornou-se uma entidade conhecida ele era um rock progressivo e fã de fusion, para que jogar com Holdsworth pode muito bem ser algo de um sonho tornado realidade. Mas neste momento em sua carreira ele é absolutamente um igual. Seus solos tem um "q"  de Stanley Clarke . Como é para toda a gente no palco, a música é a coisa, e enquanto Holdsworth tem trabalhado principalmente com Jimmy Johnson ao longo dos anos, é uma inegável química com Haslip aqui que merece mais exploração.
Pasqua, nos últimos anos, trabalhou em um espaço mais acústico. Ele é um membro do trio do baterista Peter Erskine e lançou o seu próprio disco  em 2005.  Enquanto a maioria das vezes ele é ouvido usando um tom de órgão Hammond ou Fender Rhodes com o som de piano elétrico, ele manda em algumas músicas, distorções graves  incluindo timbres funky.
Na  Intro do Holdsworth para "Pud Wud é atmosférico, demonstrando mais uma vez suas voicings exclusivas e um lirismo único.  "San Michele apresenta um belo piano intro de Pasqua que conduz a um pedaço de grupo arpeggio-driven que é uma reminiscência de início Mahavishnu Orchestra mas, com linhas legato do Holdsworth,  que imprimem sua identidade a esta versão. Enfim , sua coleção e você vão se orgulhar de ter este item com vocês , para toda a vida.  

Músicas:
1- The Fifth
2-Looking Glass
3 - Fred
4 - It Must Be Jazz
5 - Blues For Tony
6 - San Michele
7 - Pud Wud
8 - Protocosmos
9 - Red Alert





 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mahavishnu Orchestra - Inner Mounting Flame (1971)



O grupo Mahavishnu Orchestra começou como um projeto do virtuoso guitarrista inglês John McLaughling --- Mahavishnu é seu nome religioso. McLaughling se tornou famoso ao tocar com Miles Davis nos discos In a Silent Way e Bitches Brew; este último, lançado em 1969, é considerado o disco que deu origem ao jazz-rock (ou fusion, como veio mais tarde a ser conhecido).
Dois outros integrantes do grupo de Miles Davis fundaram outros notórios grupos do gênero, são eles: Chick Corea, que fundou o Return to Forever, e Joe Zawninul, fundador do Weather Report.  Todos esses três grupos têm grandes qualidades. Suas músicas transmitem uma energia insuperável, a competência técnica é inigualável e as composições e os improvisos são muito intrincados e criativos. Ao lado de McLaughlin estavam : O baterista panamenho Billy Cobham teve passagens pelos grupos de Horace Silver, Kenny Burrel, Miles Davis, George Benson e Quincy Jones, além de inúmeras outras participações. O baixista irlandês Rick Laird dividiu o palco com Wes Montgomery, Sonny Stitt e Sonny Rollins, e mais tarde faria parte dos grupos de Stan Getz e Chick Corea.O tcheco Jan Hammer, pianista e tecladista, colaborou com artistas do porte de Jeff Beck, Al Di Meola, Mick Jagger, Carlos Santana, Stanley Clarke, Elvin Jones e mais uma pá de músicos, além de ter composto, nos anos 1980, o tema da série "Miami Vice". E o violinista norte-americano Jarry Goodman teve uma passagem pela Orquestra Sinfônica de Chicago, além de ter colaborado com o Dixie Dregs e, mais recentemente, com Jordan Rudess e Derek Sherinian, atual e ex-tecladista do Dream Theater, respectivamente. Isso sem falar do próprio McLaughlin, fundamental na transição de Miles Davis do som acústico para o jazz elétrico em álbuns seminais como "Bitches Brew", "In a Silent Way" e "Theme From Jack Johnson".

Talvez este seja um disco com elementos em demasia de jazz para muitos fãs de prog .Há uma boa quantidade de elementos que costumam ser considerados progressivos, como, em especial, bruscas e drásticas mudanças de melodia e clima --- o clima pode passar do suave ao agressivo em um piscar de olhos. Também se fazem presentes tempos nada ortodoxos e muita dissonância, advinda especialmente da guitarra e secundariamente do violino, ambos com muita distorção. Este primeiro disco  é bem menos famoso que seu seguinte, o Birds of Fire, mas tem muitas semelhanças e o considero praticamente tão bom quanto.  em termos de energia, Inner Mounting Flame nada deve ao seu sucessor, ou talvez até o supere. Porém, o entrosamento do grupo e, especialmente, as passagens melódicas estão ligeiramente abaixo do nível do Birds of Fire.


Pra lá de técnicos e extremamente virtuosos, todos os cinco músicos, principalmente McLaughlin, Cobham e Hammer, despejam notas rapidíssimas, mas que fazem total sentido nas composições. Há momentos sublimes, principalmente a abertura com "Meeting of the Spirits", as camadas de melodia de "Dawn", a sensacional "The Dance of Maya" e seu contraponto, a calma "You Know You Know".
Todas as músicas são excelentes , sendo as citadas anteriormente as mais intensas.
"Inner Mounting Flame" é um dos discos mais incríveis que eu tive o privilégio de ouvir. Espiritual, clássico e fundamental!

Line-up:
John McLaughlin - Guitarra
Jerry Goodman - Violino
Jan Hammer - Órgão e Sintetizador
Rick Laird - Baixo
Billy Cobham - Bateria

Faixas:
1. Meeting of the Spirits - 6:50
2. Dawn - 5:15
3. The Noonward Race - 6:27
4. A Lotus on Irish Streams - 5:41
5. Vital Transformation - 6:14
6. The Dance of Maya - 7:15
7. You Know You Know - 5:06
8. Awakening - 3:30


 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Jeff Beck - Wired - 1976


Gravado em vários estudios, como o AIR Studios, em Londres, Tridents Studios e Cherokee Studios na California, devido sua longa turner, o sucessor do antológico “Blow by Blow” era muito aguardado, já que se comentava de que a parceria Beck , com a produção de George Martin havia rendido outros temas que entraria no próximo trabalho. Beck estava mais “Jazzy” do que nunca, e prova disso foi o leque de convites que se abria para que ele colabora-se com gente como Stanley Clarck e Billy Preston. Esta fase de Beck seria a ponte para que seu trabalho fosse visto de maneira, digamos, mais respeitosa, ao lado de nomes já consolidados da guitarra. Nessa época, os Ex-Yarbirds, Beck, Clapton e Page, já eram chamados pela imprensa de “Santíssima Trindade da Guitarra” , e o peso da responsabilidade nunca foi um fardo para Beck.

A importância de Wired para o gênero Fusion é indiscutível. Beck já teve que ser comparável inevitavelmente com Clapton e aqui, era a vez da imprensa coloca-lo lado a lado de John McLaughlin. George Martin teve muito trabalho para produzir as linhas sinteitizadas de Jan Hammer, mas contudo, este álbum foi melhor gravado e produzido que seu anterior. Beck se superou ao tocar com a banda mais técnica, que havia se aventurado até então, e daí em diante, definiu seu estilo avesso a rótulos.

Led Boots abre o disco com uma bateria anunciando a entrada dos instrumentos. É um fusion empolgante que de cara, é como dizer ao ouvinte que comprou o disco e botou para tocar, que o seu dinheiro foi bem empregado e tem muito mais pela frente. Os sintetizadores do ex-Mahavishnu Orchestra, Jan Hammer e guitarra de Beck parecem amigas inseparáveis nesta prato de entrada que é um clássico dentro do repertorio do guitar-hero.
Come Dancing é swingada com momentos melancólicos, onde se dá muita liberdade para improvisos, e Beck não decepciona com fraseados melódicos. E como diz o titulo, ela chama para dançar. O Baixo tem slaps meio Sly and Family Stone, o que mostra um lado funk de Beck que até então não era muito aparente em seus trabalhos até este aqui.
O standart de Charles Mingus, Goodbye Pork Pie Hat é um deleite do primeiro ao ultimo segundo. As guitarras são encaixadas com licks que fogem de todos os clichês e o mais lindo nesta faixa é o timbre e a interpretação do guitarrista e seu instrumento, inigualável.  Há mudanças constantes no som clean para o drive de maneira bem conciliada como poucos guitarristas são capazes de fazer. Mas o clima inicial e a cozinha roubam a cena nesse tema que é na verdade um fusion da melhor qualidade, e no melhor sentido da palavra.
Blue Wind, se destacou no disco e logo se tornou uma perola dentro dos clássicos de beck. Uma guitarra conversando com baixo e bateria em frases agudas que logo depois duelam em improvisos nervosos de teclados e guitarra , em um duelo mais do que agradável.
Sophie é um tema super complicado tanto nas quebradas de ritmo quanto no swing, tem guitarras dobradas em oitavas na parte lenta, e depois disso uma disparadas de riffs com linhas de baixos mantendo o andamento, e logo depois vem uma longo improviso duelando guitarra e sintetizador.
Play with me, começa com ama boa linha que serve de motivo inicial, te leva para notas agudas e vai passeando entre vários ligados de notas velozes que costura a canção.
Love Is Green, um tema lento. Onde Beck começa tocando violão e depois passa para sua Stratocaster apenas para dar um pouco mais de brilho na canção. Ela foge completamente da proposta Fusion que o álbum apresenta. Parece ter sido feita para fechar o álbum.Depois deste disco Beck e sua trupe saíram em turnê, e que acabou sendo gravado no ótimo Jeff Beck and Jan Hammer Group Live , e assim deixa - se um disco para os nossos netos.








 

Discografia Básica do Rock - ZZ Top - Tres Hombres - 1973


A banda se formou em Houston, Texas, em 1970 e mantém desde o início a mesma formação: Billy Gibbons (guitarra, que antes havia tocado na banda Moving Sidewalks), Dusty Hill e Frank Beard (baixista e baterista que antes havia tocado na banda American Blues).
Durante os mais de vinte anos de carreira, nunca passaram por grandes problemas, mantendo-se fieis ao estilo de rock texano .

Gravado em Memphis, Tennessee, o disco tem uma sonoridade única, rústica por excelência. Produzido por Bill Ham, o álbum esbanjava energia desde o frenético boogie rock da faixa de abertura ("Waitin' For the Bus") até o encerramento ("Have You Heard?", uma perfeita escola de blues). Entre elas, climas diversos como a sensacional balada "Hot, Blues and Righteous", "Jesus Just Left Chicago" (quando o filho de Deus, incomodado pela cidade, vai parar em Nova Orleans), "Move Me On Down the Line" (algo como se os Sex Pistols tivessem nascido no Texas) e "Shiek" (com suas impressionantes evoluções de guitarra). E assim com este álbum,  conseguiram pela primeira vez um disco de ouro nos Estados Unidos.

 o trunfo maior estava em "La Grange", um boogie rock clássico, acusado de ter chupado os riffs de "Fried Hockey Boogie", do Canned Heat (o grupo chegou a processar o ZZ Top), e de "Shake Your Hips", dos Stones. Mero bate-boca, pois todas essas versões foram derivadas de uma frase de guitarra criada pelo bluesman Slim Harpo. A canção relatava as tretas que rolavam em um puteiro texano (que Billy frequentava quando era só um ilustre desconhecido). O lugar, na verdade, se chamava Gracie's Chicken Farm e depois foi tema do filme A Melhor Casa Suspeita do Texas, estrelado por Burt Reynolds e Dolly Parton.
O que importa é que o disco lançou o trio para o superestrelato com megashows, onde os caras botavam em cena búfalos, cobras e abutres tipícos da fauna texana (por causa disso, foram alvo das sociedades protetoras de animais, apesar de comprovar que os bichos eram bem tratados).
Eles se mantiveram no auge com uma mudança radical nos anos 80, incorporando sintetizadores e ritmos eletrônicos ao seu som tradicional. Os vídeos da época, com garotas peitudas e carangos envenenados, apresentaram o ZZ Top à geração MTV. Como se vê, os velhinhos não têm nada de bobos. E se você for fã do trio apenas por clipes, como "Gimme All Your Lovin", "Sharp Dressed Man" ou "Rough Boy", tente encontrar esse álbum e ouça com atenção.
 
 
 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Discos que Marcaram a Minha Vida - Pearl Jam - Ten - 1991


O embrião do Pearl Jam pode ser encontrado em outras bandas de Seattle, na época em que a cidade ainda não era o grande foco das atenções no mundo do rock’n’roll, como ficou sendo durante a primeira metade da década de 90. Podemos começar dizendo que o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament eram amigos e formaram uma banda de hard-rock chamada de Green River ao lado do guitarrista Steve Turner e o vocalista Mark Arm, mais ou menos na metade da décade de 80. Chegaram a gravar e lançar um disco, chamado "Rehad Doll", além de um EP, pelo selo local Sub Pop. Mas em 1988, a banda resolve se separar, sendo que Arm e Turner formariam logo depois o Mudhoney, uma das bandas primordiais do grunge. Jeff e Stone continuam juntos e, juntamente com o baterista Jeff Turner e o vocalista Andrew Wood, formam uma nova banda, chamada Mother Love Bone. Assinam um contrato com a Geffen Records e lançam em 1989 o EP chamado "Shine" e, em 1990, um álbum chamado "Apple". A banda começa a fazer a sucesso nos EUA, quando, logo depois do lançamento de "Apple", em 16 de março de 1990, morre o vocalista Andrew Wood, vítima de uma overdose de heroína.
Depois disso, Stone e Jeff se separam, mas continuam a compor e escrever músicas. Depois de algum tempo, voltam a se juntar com o propósito de formar mais uma banda. A eles se junta o guitarrista Mike McCready (ex-Shadow), mas faltava ainda um vocalista e um baterista. Por intermédio do amigo e baterista Jack Irons (ex-Red Hot Chilli Peppers), eles conhecem Eddie Vedder, que estava naquele momento trabalhando em uma indústria de petróleo em San Diego (que fica no estado da California, sendo que Eddie nasceu no estado de Illinois), mas que costumava cantar e tocar com alguns amigos nos bares da cidade, em uma banda chamada Bad Radio. Vedder recebe uma fita demo do trio de Seattle (apenas com músicas instrumentais) e gosta do som que ouve. Ele resolve escrever as letras que faltam à essas músicas (reza a lenda que ele foi surfar um dia, e, ao sair do mar, estava com as três letras prontas na cabeça – são elas: "Once", "Alive" e "Footsteps", e possuem ligação entre si), e ele mesmo grava sua performance por cima dos instrumentos na fita e a envia de volta para Seattle. O trio fica impressionado com o que ouve e resolve convidar Eddie para ser o vocal da futura nova banda. Assim, ele vai para Seattle e grava com a banda durante três semanas, sendo que ao final dessas, já estavam se apresentando para o público local.

Assim no fim dos anos 80 e início dos 90, começa um movimento em Seattle nos EUA, digno de uma guerrilha aonde as bandas eram como uma unidade paramilitar autogerida que em pequenos grupos , foram assolando o mundo com suas canções e bermudas de flanela e xadrez. O Pearl Jam foi uma dessas pequenas unidades que se transformaram em gigantes musicais na Terra. Nesse seu 1º disco vemos além de rock maduro, inteligente lembram - se nas melodias majestosas de suas canções a integridade ardente de mestres como Neil Young (que mais tarde gravaria junto da banda) e The Doors, mas ao mesmo tempo davam seu grito de guerra para um poderoso e novo movimento musical " O Grunge nascia aqui". Pois independente das virtudes do disco como : refrões fáceis de serem cantados, letras inquietantes e reflexivas.


Temos  duros acordes que se intensificam com os solos pungentes e blueseiros de Mike McCready, guitarras entrelaçadas colorem o disco de forma sombria, a voz de barítono de Eddie Vedder, foram assimiladas rapidamente por milhões de jovens no mundo, eu incluso, que estavam ávidos por coisas e sons novos, o rugido de "Why Go" e o mar de reverberação de "Oceans'', a contundente "Porch" ditam a cartilha do Grunge. Em "Jeremy" os adolescentes shoe gazer começaram a se perguntar como seria estourar os miolos na frente da turma. E assim o Pearl Jam fez com que estivéssemos mais ligados ao rock clássico, do que o Nirvana e os gritos punk de Kurt Cobain. Disco para toda a vida.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Prog Alemão do Eloy - Eloy - Ocean - 1977


Fundada no final dos anos 60 pelo guitarrista Frank Bornemann, a banda sofreu várias mudanças, sendo Bornemann o único membro consistente do grupo. Foi inspirada por bandas como The Beatles, The Shadow e Pink Floyd, este último pelo tom de space rock que possuia na época. A princípio, a banda tocava hard rock, inspirada por temas políticos, mas logo passou para um som mais progressivo, com elementos de space. Baseado principalmente nos solos de guitarra de Bornemann, o som da banda também inclui o vasto uso de sintetizadores e coros. O nome da banda foi inspirado em Eloi, uma raça do futuro na novela A Máquina do Tempo, de H.G. Wells. Apesar da nacionalidade, a banda não é considerada participante do movimento Krautrock, estilo nascido no país de origem da banda a Alemanha. 
Como de praxe no rock , a banda teve várias formações , mas a que gravou este disco era :
Frank Bornemann - Guitarra solo, acústica, e vocais. Klaus-Peter Matziol -Vocais, Baixo , Detlev Schmidschen - Teclados Hammond, Mini-moog, Mellotron, Xylophone, Jürgen Rosenthal - Bateria, naipe de metais, flauta, címbalos, roto-tons, sinos e vocais.


O disco em si  é uma pérola progressiva, um dos melhores discos conceituais que eu já ouvi e  já produzidos pelas milhares de bandas que o estilo concebeu na década de 70. Uma musicalidade conceitual que é fiel ao tema, 'Oceano' e a produção também ajuda sendo impecável, uma mixagem e masterização muito bem feitas .  É  a história da formação mitológica do homem e do mundo, em quatro faixas . O álbum tem umas passagens meio difíceis de se ouvir na primeira audição.  O estilo é art-rock, com elementos de prog espacial. Os vocais são em inglês (atente para as letras, escritas pelo baterista). O vocal é aquele que se pode esperar do Frank, mas não deixa a desejar. O baixo de K.P. Matziol é sem dúvida um dos melhores do progressivo: encaixa com tudo. O teclado é bem dosado, ora com atmosferas suaves, ora bem marcado. Os solos são coisa do outro mundo: são balanceados os efeitos e dão uma sensação de que voce está dentro da música. Agora, esse baterista... é fora de série. Influenciado por Neil Peart do Rush, ele desenvolveu um estilo muito próprio, como poucos que se atrevem a seguir essa escola aberta pelo baterista canadense. E desempenha seu papel com louvor. Realmente, ele usa muitíssimo bem os roto-tons, criando passagens adequadas a cada ocasião. Veloz e ao mesmo tempo melódico, ou seja , o músico e seu instrumento contribuindo para a música.




Posseidon´s Creation -  Linda, que chega a marejar os olhos. Logo no início,Frank usa a guitarra alternadamente com o baixo, criando uma conversa perfeita. Um arranjo difícil de se encontrar em outra música. A bateria conduz tudo muito bem, o teclado dá uma atmosfera meio "fria", ao ritmo das ondas! Ao prestar bem atenção no andamento, pode se perceber isso. Uma mudança de andamento depois da introdução, e o vocal entra como se tivesse contando uma história. Um naipe de metais dá um brilho.

Incarnation of the Logos - Aqui a faixa começa mais sombria, com um ritmo lento. De novo, Frank vai desenrolando a história cantada. O teclado dá o ar obscuro. Porém, à medida que a letra prossegue, o tom vai aumentando... aumentando.. até que explode, e adquire um andamento rápido.

Decay of the Logos - Talvez a melhor faixa do álbum. Muito mais prog, agora já com um andamento mais rápido. O baixo é bem mais marcado. A flauta aparece na mixagem  Enérgica e brilhante.

Atlanti´s agony at June 5th, 8498, 13 p.m. Gregorian Earthtime -  Começa com Jürgen recitando a destruição do mundo, com uma voz sinistra, que dá medo ás vezes. Enquanto isso, efeitos tenebrosos são libertos dos sintetizadores, com trovões, gemidos, etc. Nisso, uma melodia medieval pode ser ouvida ao fundo, Então, uma mudança de andamento segue até o fechamento do álbum .

Se você curte ouvir uma história contada por uma grande banda de rock , vá comprar o seu.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Discografia Básica do Rock - Steve Hillage - Fish Rising - 1975



Steve Hillage (nascido Stephen Simpson Hillage, 2 de agosto de 1951, Chingford, Londres, Inglaterra) é um Inglês músico, mais conhecido como guitarrista. Ele está associado com a cena de Canterbury e trabalhou em domínios experimentais desde a década de 1960. Além de seu solo de gravações , ele tem sido um membro do Gong, Khan e sistema 7.
Enquanto ainda na escola, ele se juntou a sua primeira banda, uma banda de rock blues chamada Uriel, com Dave Stewart (tecladista), Mont Campbell e Clive Brooks.  Hillage também participou do álbum de 1974 do ovo The Civil Surface.
Em 1969, Hillage iniciou os estudos na Universidade de Kent , em Canterbury, criando bandas locais Caravan e Spirogyra e ocasionalmente empastelamento com eles. Enquanto isso ele escreveu canções e, por fim de 1970, tinha acumulado material suficiente para um álbum. Caravana colocá-lo em contato com seu gerente de Terry King, que ficou Hillage assinado com Deram de uma demonstração de seu material gravado com a ajuda de Dave Stewart de ovo. No começo de 1971, Hillage formado Khan com o baixista/vocalista Nick Greenwood, ex-integrante do Crazy World Of Arthur Brown. Embora o baterista de Gong e Hatfield and the North futuro Pip Pyle envolveu-se nas fases iniciais, o line-up finalmente resolvida com a inclusão do organista Dick Heninghem e o baterista Eric Peachey.
nos fins de 1.974, Hillage entra em estudio para iniciar a gravacao de seu primeiro album solo - Fish Rising. Finalizado no inicio de 1.975 o trabalho contava com nada menos que Pierre Moerlen (bateria, percussao), Tim Blake (teclados), Mike Howlett (baixo), Didier Marlhebe (flauta, saxofone) e obviamente sua companheira Miquette Giraudy (vocais, percussao), ou seja, praticamente quase 80% do Gong com excessao dos fundadores : Daevid Allen e Gilly Smith. O trabalho tambem contaria com o colega Dave Stewart (piano, teclados) e Lindsay Cooper (secao de metais, trabalhou com Fred Frith e Mike Oldfield). Ironicamente este trabalho poderia ser chamado praticamente de "Steve Hillage´s Gong", mas Pierre Moerlen naquele ano de 1.975 estaria dando continuidade com o Gong e lancaria o album Shamal, outro album que comecaria a mudar o estilo arrojado que a banda possuia com os fundadores dando inicio a fase fusion do Gong e este contaria com as ultimas participacoes de Hillage pois o mesmo a partir de entao iria continuar seu rumo sozinho.
Estreando no selo Virgin Records do empresario Richard Branson e produzido com o colaboracao de Simon Heyworth que tinha trabalhado tambem com o Gong em "You", o trabalho dificilmente decepciona o ouvinte, especialmente aqueles q gostam do cenario da musica canterbury e gostam de guitarras em especial, e um trabalho que de um aspecto global possui uma complexidade musical extremamente forte e o fusion esta muito envolvente no trabalho. Desde sua estreia no cenario musical Hillage adotou a arte de tocar guitarra sintetizada e é praticamente sua marca registrada, sera sempre eterna mesmo hoje atualmente com sua banda tecno System 7.


 A primeira faixa "Solar musick suite" e como ja diz o nome.  esta dividida em 4 partes, a mesma melodia que da inicio de entrada e o final da mesma incluindo muito fusion e arranjos crescentes muitissimo bem elaborados no meio da faixa.vem "Fish" uma pequenissima vinheta interessante com muita marimba e vibrafone com metais acompanhando. Detalhe curioso: a entrada tem efeitos sonoros de bolhas na agua bem grandes e o mesmo no caso, foi incluso na banda tecno Orb - UFORB (1.992) que Hillage esta tambem presente na faixa "Blue room".

 "The meditation of the snake", sao efeitos sonoros da guitarra sintetizada do guitarrista, parecem que sao pelo menos umas 03 tocadas ao mesmo tempo e de arrepiar.
 "The salmon song" com quase 9 minutos de duracao, talvez seja a apice do trabalho, pois geralmente muitissimo apreciada pelos ouvintes, por outro lado muito tocada nas apresentacoes ao vivo da carreira solo do musico. Dividida em 04 partes, ja entra com um fortissimo arranjo de abertura de guitarra acompanhado do saxofone de Marlhebe e o ritmo de Moerlen, vai ficando crescente ate a entrada dos vocais de Hillage e Giraudy. Depois entra uma pequena secao acompanhada de um oboe, retornando os mesmos arranjos crescentes do inicio da musica finalizando a mesma.


 Finalizando e fechando o album, vem talvez a faixa q e a mais complexa de todas do trabalho. "Aftaglid" de quase 15 minutos de duracao, e a que esta dividida em mais secoes: 7. Mistura rock, fusion, musica incidental do oriente, progressivo, funk e marcha ate. Esta é "batizada" com o inicio de abertura de um sino pequenino, entrando a guitarra com uma leve percussao, vai sendo crescente quando e tomada por um ritmo de marcha q vai progredindo por sinal ate que se tranquiliza com um violao acustico solando junto com o vocal de Giraudy. A guitarra volta em cena em ritmo de musica totalmente oriental acompanhada de tablas e uma timida flauta e o q ja esta praticamente na metade da faixa e que Steve Hillage comeca a citar as letras da musica, imaginem isso ate o momento como e, porque ainda tem mais o outro restante da faixa. Quando Hillage termina as letras que encerram o Fish Rising, entra a banda toda acompanhando a guitarra num ritmo de rock q pra variar vai crescendo novamente ate que repentinamente o ritmo comeca a ser tomado por um pequeno funk acompanhado ate por meio de palmas e vai se crescendo ate que a guitarra vai ficando sozinha finalizando o album. Se você se permitir uma viagem ao mundo progressivo de Steve Hillage, não irá se arrepender, então compre e escute várias vezes.

Faixas:
1. Solar musick suite - 16:55
a)Sunsong (I love it´s holy mystery)
b)Canterbury surprise
c)Hiram afterglid meets th dervish
d)Sunsong(reprise)
2. Fish - 1:23
3. Meditation of the snake - 3:10
4. The salmon song - 8:45
a)Salmon pool
b)Solomon´s Atlantis salmon
c)Swimming with the salmon
d)King of the fishs
5. Aftaglid - 14:46
a)Sunmoon surfing
b)The big wave and the boat of the Hermes
c)The silver ladder
d)Astral meadows
e)The Lafta Yoga song
f)Glidding
g)The golden vibe/outglid










sábado, 10 de dezembro de 2011

John Coltrane - A Love Supreme - 1964



John William Coltrane nasceu em 23 de setembro de 1926 em Hamlet, na Carolina do Norte. Com apenas dois meses de idade se muda com a família para High Point (também na Carolina do Norte), após a nomeação de seu avô, o Reverendo William Blair, para a Igreja Metodista Africana Episcopal de Sião. John cresceu no meio de uma família de músicos: seu pai, que era alfaiate, tocava violino e ukulele, e sua mãe cantava no coro da igreja.
 Na banda da escola ele aprende primeiramente a tocar clarinete, mas decide largar este instrumento pois se interessou mais pelo saxofone alto, depois de ouvir o saxofonista Johnny Hodges com a banda de Duke Ellington no rádio. Suas influências musicais naquela época foram o saxofonista tenor Lester Young e Count Basie e sua banda.


Em março e abril de 1959, Coltrane grava com o grupo de Miles Davis o álbum Kind of Blue, lançado em 17 de agosto de 1959. O álbum todo foi composto baseado em escalas modais, em que cada integrante recebia um grupo de escalas que definiam os parâmetros da improvisação. O modo de apresentação entrou em contraste com o estilo de composição do jazz tradicional, que se baseava em partituras completas, com progressões de acordes ou séries harmônicas. Kind of Blue é considerado como um dos álbuns mais influentes do jazz, alcançando um elevado número de vendas.Que na minha opnião é o disco maisa bonito do jazz e de alguns que já ouvi.Depois também de deixar outro essencial disco gravado ao vivo com o piannista Thelonius Monk.O maior tenorista do mundo foi trilhando e reinventando seu caminho e o do jazz também, gravando seus álbuns e algumas participações. Até que em 1964 , é lançado" A Love Supreme",
Esse disco, considerado sua magnum opus, é um ode à sua fé no amor e em Deus (não necessariamente o Deus cristão - na capa do disco Meditations ele diz "Eu acredito em todas as religiões"). Este interesse espiritual iria caracterizar muito a forma de tocar e compor de Coltrane a partir de então, como pode ser visto em álbuns como Ascension, Om e Meditations.


No inicio de 1963, contudo, Coltrane decidiu dar uma guinada brusca em sua vida e carreira e decidiu se converter (parcialmente) ao budismo, largar (temporariamente) do álcool e das drogas e adaptar seu som ao free jazz de Ornette Coleman, impondo longos e hipnotizantes solos de saxofone com pitadas de um teor religioso em suas canções. Ao entrar em estúdio no ano seguinte, após uma série de aclamadas apresentações, Coltrane e seu excelente trio em algumas sessões gravariam o que para muitos é junto com Free Jazz (de Coleman de 1960) e Bitches Brew (de Davis de 1969), como um dos 3 melhores álbuns de jazz dos anos 60 e um dos mais influentes discos do estilo.A Love Supreme. O disco, na verdade um longo tema dividido em quatro partes, seria uma adaptação, uma evolução do estilo free jazz iniciado em 1959-60.

 Aqui percebe-se uma clara intenção de se colocar longas, complexas as vezes dissonantes improvisações e solos, mas também de se criar um clima diferente nas canções, dando a elas um estranho aspecto espiritual, cativante, isso por que elementos budistas (orações, bases de melodias religiosas) foram embutidos de forma discreta, porém fundamental para dar um aspecto totalmente diferente a canção, fazendo-a fugir do virtuosismo vazio as vezes imposto pelo estilo free-jazz.
As quatro partes do álbum em sua totalidade, são excelentes, cada uma com uma peculiaridade sonora em sua estrutura. Seja pela climática, espiritual e sombria Acknoledgment, onde coltrane por vezes deixa seu sax e solta suaves preces, como se fossem uma espécie de mantra em forma de jazz. Seja pelas altamente improvisadas Resolution e pursuance, onde aqui vemos coltrane despejar todo o seu talento no sax e ainda nos brindar com ótimas performances de Mccoy Tiner no piano e Elvin Jones na batera, lembrando por vezes o jazz sem compromissos e free de ornette, mas com uma roupagem completamente diferente oferecida por Coltrane. E com a altamente empolgante Psalm,  é de fato, um arranjo baseado em um poema feito para Deus por Coltrane e impresso no álbum. Coltrane toca quase exatamente cada nota para cada sílaba do poema, baseando suas frases nas palavras. O álbum foi um sucesso comercial pelos standards de jazz. O quarteto só tocou A Love Supreme uma vez ao vivo - em julho de 1965, em um show em Antibes na França. Já então a música de Coltrane havia evoluído, e a performance oferece um interessante contraste com a original.Ao ser lançado, coltrane iria experimentar e utilizar essa composição em apresentações ao vivo, as vezes ao extremo, testando suas habilidades, de seus músicos e a capacidade do publico e critica de enxergar e assimilar toda essa nova e ousada proposta musical ,o que neste ultimo aspecto foi obtido apenas alguma aprovação e apoio.Disco para toda a vida.