sábado, 28 de maio de 2011

Vamos falar de Rock Brasileiro.

ROCK BRASILEIRO :
Biografia : O "pontapé inicial" do rock no Brasil foi Nora Ney (conhecida cantora de samba-canção) quando gravou o considerado primeiro rock, "Rock around the Clock", de Bill Haley & His Comets (trilha do filme Sementes da Violência), em outubro de 1955, para a versão brasileira do filme .Em uma semana a canção já estava no topo das paradas (mas Nora Ney nunca mais gravou nada no gênero, tirando a irônica "Cansei do Rock", em 1961). Em dezembro, a mesma canção recebia versão em português, "Ronda das Horas" (por Heleninha Ferreira) e outra gravada por um acordeonista, não tão bem sucedidas quanto a "original".Em 1957, foi gravado o primeiro rock original em português, "Rock and Roll em Copacabana", escrito por Miguel Gustavo (futuro autor de "Para Frente Brasil") e começo da década foi marcado pelo surgimento de grupos instrumentais como The Jet Black's, The Jordans e The Clevers (futuros Os Incríveis), e do cantor Ronnie Cord, que lançaria dois "hinos": a versão "Biquíni de Bolinha Amarelinha" e a rebelde "Rua Augusta".Até que surge um capixaba que se tornaria o maior ídolo do Rock Nacional dos anos 60 e, posteriormente, o maior nome da música brasileira: Roberto Carlos, que emplacou dois hits em 1963: "Splish Splash" e "Parei na Contramão". No ano seguinte, obteve mais sucessos como "É Proibido Fumar" (mais tarde regravada pelo Skank) e "O Calhambeque". Aproveitando o sucesso, a Rede Record lançou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto ("Rei"), seu amigo Erasmo Carlos ("Tremendão") e Wanderléa ("Ternurinha"). Só nas primeiras semanas, atingira 90% da audiência.Seguindo o sucesso das Jovem Guarda, surgem entre outros, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo e Ronnie Von, que tinham seu som inspirado nos Beatles (o gênero apelidado "iê-iê-iê") e no rock primitivo. A Jovem Guarda também levou a todo tipo de produto e filmes como Roberto Carlos em Ritmo de Adventura (seguindo a trilha de A Hard Day's Night e Help! dos Beatles). Os Mutantes também criariam carreira grandiosa, com álbuns elogiados a partir de 1968 e chegando a influenciar até Kurt Cobain, do Nirvana. O grupo começaria a se desmanchar com a saída de Rita Lee, em 1973.Após sair dos Mutantes no final de 1972, Rita Lee iniciou uma muito bem sucedida carreira solo, acompanhada do grupo Tutti Frutti. É nesse período, que ela lança o seu mais memorável álbum: o Fruto Proibido de (1975), disco este, que contém os sucessos "Agora só falta você", "Esse tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra". Arnaldo Baptista também gravou o aclamado Loki? (1974). Os Mutantes ainda atravessaram a década convertidos ao rock progressivo, passando por várias formações e dissolvendo-se em 1978.Em 1973, surgiram Secos & Molhados, liderados por João Ricardo, com Ney Matogrosso como vocalista, que faziam a chamada "poesia musicada", com canções muito bem elaboradas como "Rosa de Hiroshima" ou "Prece Cósmica", apesar de alguns flertes menos poéticos e mais divertidos como "O Vira". Dois álbuns e um ano depois, em 1974, o grupo com sua formação clássica (João, Ney e Gerson Conrad) se desfez.Em 1973 também surgiu outro ícone: Raul Seixas, que vendera 600.000 compactos de "Ouro de Tolo" em poucos dias e se tornaria "bardo dos hippies" com músicas debochadas como "Mosca na Sopa" e "Maluco Beleza", esotéricas como "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e "Gita", e as motivacionais "Metamorfose Ambulante" ( que compunha aos 14 anos) e "Tente Outra Vez".Movimentos surgiram em outros locais do Brasil: em Minas Gerais, o "Beatlesco" Clube da Esquina, liderado por Milton Nascimento e Lô Borges; e no Nordeste, a "nova onda" dos Novos Baianos, no circuito underground da época como o progressivo regional de O Terço (que chegou a gravar um álbum em inglês oltado para o mercado italiano), o hard rock do Made in Brazil .Atribui-se a esta década a popularização do rock brasileiro, movimento que surgiu para aproveitar a onda do estilo musical (rock) que já havia se consagrado mundialmente nos anos 70. Muitas bandas deste estilo, como os Titãs e Os Paralamas do Sucesso permanecem ativas até hoje, fazendo apresentações por todo o Brasil. Outras bandas e artistas da época, como Legião Urbana e Renato Russo, foram imortalizados e tocam nas rádios até hoje, devido ao grande sucesso entre o público, principalmente adolescentes.


1- MUTANTES – Os Mutantes  - 1968

Os Mutantes” (1968) mostra o nascimento da banda mais criativa da história do rock nacional. Só por isso já valeria ser escutado. Mas existem outros atrativos. A maturidade no som da banda, às vezes dá a impressão de que o som dos Mutantes nasceu pronto. Algo impressionante. Resumindo: indicado para quem pretende conhecer um pouco da história da banda na “Era Rita Lee”, a mais criativa, recheada de ironia e bom-humor. E indicado, também, para aqueles que pensam que no Brasil apenas se copiam padrões importados.


2- LEGIÃO URBANA – Dois – 1986 - lançado  em meio a um Brasil que se acostumava com a Nova República e com o Plano Cruzado,“DOIS” torna-se um disco que fecha o ciclo juvenil e inocente da banda, apontando para novos caminhos e novas possibilidades. Além disto, é o disco com mais hits juntos que já ouvi, praticamente todo o álbum é perfeito, coeso e estranho, a começar pela capa e o encarte (no CD a foto do encarte é outra, onde dá pra identificar o rapaz: Marcelo Bonfá) que lembram o clima mórbido de “Closer” (último disco do Joy Division).

3- RPM - Ao Vivo- 1986 - É um dos discos mais vendidos da história da indústria fonográfica do Brasil, com 2,5 milhões de cópias vendidas.Gravado no Pavilhão de Exposições do Complexo do Anhembi, em São Paulo, o show, com direção do cantor Ney Matogrosso, traz grandes sucessos, como Revoluções Por Minuto, Rádio Pirata, Olhar 43 e as então inéditas Naja (instrumental baseado nos teclados de Luiz Schiavon) e Alvorada Voraz, além das regravações de London, London (de Caetano Veloso) e de Flores Astrais (do grupo Secos & Molhados, do qual Ney Matogrosso fez parte).
 

4-RAUL SEIXAS – Gita- 1974
“Don Raulzito” não foi só mestre das guitarras, foi também das palavras, da atitude e da ironia, que somadas nos deram de presente obras primas como “Gita”. Nesse disco, o eterno maluco beleza mostra que é possível fazer piada com a sociedade, misturando letra, rock, blues e baião.


5- BARÃO VERMELHO – Maior Abandonado - 1983
Os Stones brasileiros, que lançaram “Maior Abandonado”, recheado de canções inteligentes e fundamentais, acompanhadas de uma sonoridade singularmente marcante, o disco apresenta diversas canções interessantes, como “Por que a Gente é Assim?”, “Baby Suporte”, “Bete Balanço”, além da faixa título. Este também é um álbum especial por ser o último com a formação original da banda. Após o lançamento do álbum e uma série de shows, Cazuza decide deixar a banda para alçar vôo sozinho.

 

6- ULTRAJE A RIGOR – Nós Vamos Invadir Sua Praia -1985 - O que fica evidente,  é que todo mundo se divertiu muito fazendo o disco – Liminha chegou a contar, em entrevista à MTV, até sobre a famosa brincadeira do balde apoiado sobre a porta, que virava e derramava água sobre quem a abrisse. Com uma clima desses , acabaram por parir uma obra cheia de humor, rock, atitude e acima de tudo inteligência .



7- TITÃS – Cabeça Dinossauro-1986 - Em Abril de 86, os Titãs entram no estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro para gravar o que seria um marco do rock no Brasil: "Cabeça dinossauro", sendo o mais pesado da história do Brasil até então. Os Titãs vinham de ressaca porque um de seus vocalistas, e um guitarrista haviam sido presos por envolvimento em heroína. Isso refletiu diretamente nas músicas que faziam referência ao episódio de prisão dos integrantes como "Estado violência" e o clássico "Polícia".Outra música bastante tocada também foi "Homem Primata"."Cabeça dinossauro" fez uma revolução na música brasileira, ninguém tinha feito ainda algo tão pesado e demolidor. O Brasil nunca tivera letras tão diretas e objetivas e, mais que isso, o disco conseguiu um alto índice de vendas.

 

8- CAMISA DE VÊNUS – Batalhões de Estranhos – 1984
 Contava com uma sonoridade melhor e mais trabalhada resultado dos dois anos de experiência. Deste disco o maior hit da banda, "Eu não matei Joana D’arc", que bem caracterizava o lado humorístico e sarcástico da banda.Mostrando também mais um artista criativo da música brasileira.


9- IRA ! – Psicoacústica -1988 - Psicoacústica tocou na ferida da cultura musical da época. Em sua concepção, apesar da curta duração – oito faixas e pouco mais de meia hora de som -, foi um disco muito bem produzido. Poucas vezes no rock nacional se viu tamanho entrosamento entre os integrantes de uma banda. A guitarra de Scandurra nunca esteve tão afiada. Jung não lembrava aquele que um dia fora renegado pelos Titãs sob a alegação de falta de pegada. Nasi e Gaspa, além de impecáveis em suas atribuições, traziam significativas mudanças nas técnicas de gravação. A produção escalada para o disco também se destacava, uma vez que as relações com Liminha estavam abaladas após a gravação de Mudança de Comportamento.Psicoacústica figura merecida e obrigatoriamente em qualquer lista das maiores obras do Rock nacional.



10- Chico Science e Nação Zumbi – Afrociberdelia- 1996 - O disco que definiu o mangbeat e título do segundo disco da CSNZ, lançado em 96 pelo selo Chaos, da Sony Music, funde três influências marcantes no som e nas idéias da banda: a presença da África, diretamente, através da música de Fela Kuti e Manu Dibango e dos toques de candomblé, ou indiretamente, via a predominância do ritmo sobre a melodia; o interesse pela cibernética, como ferramenta de composição e de comunicação; e o flerte com o psicodelismo, através do contato com o rock inglês dos anos sessenta, o dub jamaicano e o funk intergaláctico americano da primeira metade da década de setenta.A fusão desses três elementos define Afrociberdelia, um cd onde Chico e seus malungos mostram-se melhor adaptados às artimanhas dos estúdios, inclusive com uma performance vocal de Science bem superior à de sua estréia. A lamentar, apenas, a inclusão de três remixes para Maracatu Atômico sem a devida autorização da banda.



terça-feira, 24 de maio de 2011

O Solitário Violino do Jazz - Jean Luc Ponty - Live


Filho de músicos (o pai era professor de violino e a mãe de piano), este violinista francês começou na área musical ainda quando pequeno, Começou a tocar aos 11 anos, completando seus estudos no final de sua adolescência, no Conservatório Nacional de Paris. Apesar de sua sólida formação erudita, foi no post-bop e no fusion que Ponty encontrou seu verdadeiro caminho, tocando na mítica banda "The Mothers of Invention" de Frank Zappa, fazendo colaborações junto à seu conterrâneo e também influenciador Stephanie Grappelli e passando pela segunda formação da Mahavishnu Orchestra.Partiu para carreira-solo e consolidou-se de vez como um dos expoentes no desenvolvimento e evolução do violino elétrico (a Zeta Violin desenvolveu, um moderníssimo modelo de interface MIDI especialmente para ele), bem como na introdução deste instrumento na vanguarda do jazz-rock nos anos 70, além de inspirada exploração de texturas eletrônicas em sequencers e sintetizadores . 

Gravado durante alguns shows em São Francisco,Santa Barbara, Califórnia e Los Angeles, Live mostra toda a competência de Ponty como músico e compositor,e sua banda azeitadíssimos e tocando como nunca , preste atenção na cozinha da banda na execução das músicas.O disco inicia com a música Aurora dividida em 2 partes,sendo a 1ª mais progressiva.A partir da segunda parte da música a veia jazz rock de Ponty nos é mostrada explicitamente até a última faixa. Imaginary Voyage segue o tradicional arranjo de estúdio, também dividida em 2 partes onde o batera Casey solta o braço em ambas partes sendo na minha opnião o destaque, juntamente com o baixista que arrebenta num groove. E assim segue o disco que em cada faixa um integrante ou mais da banda, vão mostrando serviço em prol da boa música. O disco é de uma produção de dar inveja , muito bem gravado, mixado e masterizado,tanto que ouvimos muito bem as vezes que Ponty chega ao microfone para anunciar as músicas para seu público.
Se voce curte música erudita , jazz rock ou simplesmente curte um bom som , compre e coloque este petardo na sua coleção.



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vamos falar de Heavy Metal



O heavy metal é um gênero do rock que se desenvolveu no fim da década de 1960 e no início da década de 1970, em grande parte, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Tendo como raízes o blues-rock e o rock psicodélico, as bandas que criaram o gênero desenvolveram um espesso, maciço som, caracterizada por altas distorções amplificadas, prolongados solos de guitarra e batidas enfáticas.
As primeiras bandas de heavy metal como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple atraíam grandes audiências, um atributo comum em toda a história do gênero. Em meados da década de 1970, o Judas Priest ajudou a impulsionar a evolução do gênero suprimindo muito da influência do blues presente na primeira geração do metal britânico; o Motörhead introduziu agressividade e fúria nos vocais, influência do punk rock, e uma crescente ênfase na velocidade. Bandas do "New Wave of British Heavy Metal" como Iron Maiden seguiram a mesma linha. Antes do final da década, o heavy metal tinha atraído uma sequência de fãs no mundo inteiro conhecido como "metalheads" ou "headbangers" e também como "metaleiros", embora dentro do universo ou subcultura do heavy metal o termo seja considerado bastante pejorativo e repudiado por alguns dos apreciadores do gênero.
Na década de 1980, o glam metal se tornou uma grande força comercial com grupos como Mötley Crüe. O Underground produziu uma série de cenas mais extremas e estilos agressivos: o thrash metal invadiu o cenário com bandas como Anthrax, Megadeth, Metallica e Slayer, enquanto outros estilos como o death metal e o black metal permaneceram como fenômenos da subcultura do metal. Nos anos 1980, ainda foi criado o power metal, com bandas como Helloween e Blind Guardian.


1- IRON MAIDEN – Piece of Mind
Dizem que este disco é bom , mas o _______ é melhor. Pois eu falo esta obra prima é indispensável a quem curte música.A banda está arrebentando com tudo. Disco para toda vida.



2-METALLICA – Master of Puppets
A Produção, gravação , mixagem e principalmente a banda e suas músicas são o diferencial desta obra prima do heavy. Outro disco para toda vida.



3-MEGADETH – Peace Sells … But who´s buying
Depois do debut o qual iniciava sua vingança com o Metallica , Dave Mustaine concebe esta obra prima, com uma ótima produção,do trash e uma musicalidade poucas vezes ouvida.Indispensável.


4-JUDAS PRIEST – British Steel
O disco que mostrou os metal gods ao mundo, além de catapultar a banda. Um dos discos que definiram o metal e contém alguns hinos do heavy.Tem que ter na sua coleção.


5-BLACK SABBATH – Paranoid
Os pais do estilo, mostrando que havia algo de novo e diferente e pesado no cenário musical. Compre de olhos fechados.

6- RAINBOW- Long Live Rock ‘n’ Roll
O início do metal melódico , tão bom quanto seu antecessor, a dupla Blackmore e Dio arrebentam com tudo e deixam seu legado gravado. Obrigatório.

 7- Sepultura - Arise
as faixas mostram a banda saindo da pura tosqueira adolescente e sabendo a direção que ia seguir nos discos seguintes: alguma batucada e menos desespero/velocidade no instrumental. Esse trabalho foi tipo a primeira experiência do que viria a ser o incrível Roots. Não bastasse, Megadeth, Slayer e Anthrax, a nata do trash metal, começaram a pagar pau pros mineiros a partir desse trabalho, que foi também um dos responsáveis pelo estouro da banda no cenário internacional - e por fazer veículos gringos de música prestarem atenção no metal brasileiro.Item obrigatório na coleção.



8 - DIO - Holy Diver - O Frank Sinatra do metal, depois do Elf, a parceria com Blackmore e Yommi o baixinho partiu para a carreira solo e lançou este petardo. Infelizmente fez - se 1 ano que foi para o andar de cima.Disco para toda vida.



9- SAXON – Wheels of Steel
Trabalho visceral e melódico com riffs bem sacados.Gravado num estúdio no meio das montanhas do País de Gales , sem nenhuma outra distração sem ser a música , nasce mais esta obra prima do heavy metal.


10- System of a Down - Toxicity
Um apanhado de riffs pesados, criativos e contagiantes, cozinha devastadora e pesadíssima, vocal dos mais alucinados variando entre gutural, rasgado, calmo, melódico e sussurrado. Por cima de tudo isso coloque uma dose extra de sarcasmo, carisma, bom-humor, deboche e loucura. Pronto, está formado o caldeirão do SOAD.Nunca vi uma banda colocar tão bem tanta diversão e uma sonoridade tão completa em pouco menos de 2 minutos. Muitas músicas chamam a atenção por esse fator.

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vamos falar de Blues .



O blues tem sua origem na África, onde a tradição é passada de pai para filho. Nos EUA o Blues sempre esteve profundamente ligado à cultura afro-americana, especialmente aquela oriunda do sul dos Estados Unidos (Alabama, Mississipi, Louisiana e Geórgia), dos escravos das plantações de algodão que usavam o canto, posteriormente definido como "blues", para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho. São evidentes tanto em seu ritmo, sensual e vigoroso, quanto na simplicidade de suas poesias que basicamente tratavam de aspectos populares típicos como religião, amor, sexo, traição e trabalho. Com os escravos levados para a América do Norte no início do século XIX, a música africana se moldou no ambiente frio e doloroso da vida nas plantações de algodão. Porém o conceito de "blues" só se tornou conhecido após o término da Guerra Civil quando sua essência passou a ser como um meio de descrever o estado de espírito da população afro-americana. Era um modo mais pessoal e melancólico de expressar seus sofrimentos, angústias e tristezas. A cena, que acabou por tornar-se típica nas plantações do delta do Mississippi, era a legião de negros, trabalhando de forma desgastante, sobre o embalo dos cantos, os "blues".
Não coloquei propositalmente nesta lista os caras que SÃO o Blues , e não apenas o tocam .pois a mesma não trata de um top 10,e sim de guia para os leitores do blog que não possuem nenhum ou muito pouco conhecimento no estilo, e querem aprofundar - se .  
Artistas que SÃO o Blues e não entraram na lista : Sonny Boy Williansom,B.B.king,Freddie King,Albert king,Johnny Winter, entre outros .

Complete Recordings

1-  ROBERT JOHNSON –The Complete Recordings – 1990 
O pai deste gênero que infelizmente não teve o reconhecimento merecido em vida. Reza a lenda que Robert teria vendido sua alma ao capeta,em troca de tocar como ninguém , sendo reverenciado até hoje por blueseiros da velha e nova safra . Um disco para toda vida. 

 
   2-  MUDDY WATERS – Chicago and London Sessions – 1991 
Um dos pais do blues, cercado por um time de 1ª, só podiam terminar nestas antológicas sessões dos 2 lados do atlântico. Compre de olhos fechados.
Stone Crazy

3 - BUDDY GUY – Stone Crazy - 1981
Um dos pilares do chamado Blues de Chicago, assim como Luther Allison e Otis Rush . Aqui Buddy se entrega de uma forma nunca antes feita, fazendo sua guitarra , cantar , chorar , sussurrar e chorar. Obrigatório.

Who's Been Talkin'

4 - Robert Cray – who´s been talking - 1986
Esse cara juntou o blues com rythmin´blues e pop como ninguém havia feito.Fez deste seu melhor disco,dono de um vocal doce e timbre também levou o estilo para rádios  e foi parar na Mtv com alguns clipes.
Blue Blazes
5 - Sugar Blue- Blue Blazers – 1994 
Este gaitista virtuoso,já havia tocado com meio mundo antes de lançar seu  1° disco. Com ótimas releituras de Rolling Stones e Sonny Boy Williansom II,o play vale cada centavo gasto.
Irish Tour  
                                        
6 - Rory Gallagher – Irish Tour – 1974
Um dos músicos mais integro e genial que conheci até hoje,rory é único no meio do blues. Possuindo um dos timbres mais belos e infernais já ouvidos, compositor de 1ª e com uma técnica mais que apurada,esse irlandês escreveu seu nome pra sempre na música. E tudo isso com a mesma guitarra fender stratocaster surrada.
Texas Flood

7 - STEVIE RAY VAUGHANTexas Flood - 1983
O cara que fez renascer o blues nos anos 80,já que nesta época o gênero estava morto e completamente fora da mídia .Timbre único e palhetada infernal embebido no melhor Bourbon. Essencial.
Second Album
8 -Roy Buchanan -  Second Album – 1973
Músico único e injustiçado, gênio da telecaster e com um timbre excepcional.Toca como um pastor prega em sua igreja tendo estilo e técnica próprios.Não tem como ouvi – lo e não entrar no clímax. Item obrigatório.


9  - LITTLE WALTER – Confessin` the Blues – 2004 - Little walter está para a gaita elétrica , o que Hendrix significa para a guitarra.Gaitista e cantor de 1ª influencia até hoje.Mais do que obrigatório.

Ice Pickin

10 - Albert Collins – Ice Pickin ` - 1978
Este genio da telecaster fundiu como ninguém o funk com o blues americanos, concebeu um dos sons mais particulares e belos já ouvidos.Sem esquecer que tocava com os dedos.








 
 
 

sábado, 14 de maio de 2011

Vamos falar de Jazz .

Biografia :
Nascido do blues, das work songs dos trabalhadores negros norte-americanos, do negro spiritual protestante e do ragtime, o jazz passou por uma extraordinária sucessão de transformações no século XX.
O termo jazz começa a ser usado no final dos anos 10 e início dos anos 20, para descrever um tipo de música que surgia nessa época em New Orleans, Chicago e New York. Seus expoentes são considerados "oficialmente" os primeiros músicos de jazz: a Original Dixieland Jass Band do cornetista Nick LaRocca, o pianista Jelly Roll Morton (que se auto-denominava "criador do jazz"), o cornetista King Oliver com sua Original Creole Jazz Band, e o clarinetista e sax-sopranista Sidney Bechet. Em seguida, vamos encontrar em Chicago os trompetistas Louis Armstrong e Bix Beiderbecke, e em New York o histriônico pianista Fats Waller e o pioneiro bandleader Fletcher Henderson. Em 1930 o jazz já possui uma "massa crítica" considerável e já se acham consolidadas várias grandes orquestras, como as de Duke Ellington, Count Basie, Cab Calloway e Earl Hines.




1 – BILL EVANS TRIO – PORTRAIT IN JAZZ (1960) Pegue um dos maiores e clássicos trios de jazz, e ouça a intensidade no coração destas músicas.Tendo uma beleza revelada a cada momento de expressão musical nunca antes ouvida ou sentida e você acaba infectado pelo piano indefectível de Evans.Audição obrigatória.
Somethin' Else


2 – CANNONBALL ADDERLEY – SOMETHING ELSE (1958) Pegue um saxofonista  alto astral com um estilo tão próprio e exuberante que todos que já tinham ouvido ele tocar, o identificavam rapidamente sendo num trabalho solo ou acompanhando outros músicos. Acompanhado de um timaço de músicos ( Miles Davis, o batera Art Blakey,no piano Hank Jones e o baixista Sam Jones), só poderia terminar sendo peça obrigatória na coleção.

A Love Supreme [Vinyl]


3 – J. COLTRANE – A LOVE SUPREME (1965)Exemplo raro de espiritualidade na música moderna  mesclando a energia do bop e a suavidade do cool , os temas vão criando nova ordem modal, onde texturas,silêncio e moods vão valorizando – se numa estrutura livre e aberta. Disco para toda vida.


Time Out

4 – THE DAVE BRUBECK QUARTET- TIME OUT (1959)Quem ousaria dizer que quando Brubeck entrou em estúdio com uma pilha de músicas inacabadas, iria gravar um dos mais populares discos de jazz.Tendo em vista que o material do pianista não valia muito, com a ajuda do saxofonista Paul Desmond , (pouco lembrado nos dias de hoje) autor de um verdadeiro hit (Take Five) fez deste,um álbum fascinante.
Uptown


5 – DUKE ELLINGTON – ELLINGTON UPTOWN (1953)
Além de ser o mais importante compositor e ter feito sua orquestra uma fonte inesgotável de sonoridades e revoluções musicais do jazz. Obrigatório.
Matador


6 – GRANT GREEN – MATADOR (1979)Subestimado,apesar de ser um excelente guitarrista que  começou a fazer um mix de jazz, blues, rythm´n  blues, com pitadas de soul em alguns discos , mas aqui ouvimos um hard bop com uma beleza indescritível.  Grant nos faz sentir que sua guitarra respira ao contrário do frenético e rival Wes Montgomery.
Kind of Blue (180g Vinyl)


7- MILES DAVIS – KIND OF BLUE (1959) Um dos discos mais bonitos que já ouvi na vida, pois esta obra prima definiu o jazz do século XX , quando os virtuosos deram lugar a sensibilidade melódica e uma beleza harmônica inéditas até então.Lembrando que todo o disco foi concebido no estúdio na hora da gravação , ou seja, os músicos souberam dos temas na hora  e improvisaram . Mais do que obrigatório, um disco para toda vida.


Pithecanthropus Erectus


8 – CHARLES MINGUS – PITHECANTHROPUS ERECTUS (1956)Ao lado de Thelonius Monk e Duke Ellington os maiores compositores do jazz sem sombra de dúvida , o “ The Angry Man of Jazz” traz como sempre seus temas de vanguarda. Baixista, pianista, maestro e compositor de mão cheia aqui não deixa a peteca cair. Audição de um mestre que ajudou muito a difundir o jazz pelo mundo.


Blues Etude



9 – OSCAR PETERSON – BLUES ETUDE (1966) - Apesar de terem 2 baixistas nesta gravação , a banda era um trio e estavam no seu auge. Pegue o maior pianista do jazz , com uma técnica sobrenatural a qual era imprimida em sua música tornando a estonteante para os padrões do  gênero.


Dynamic Duo



10 – J.SMITH & WES MONTGOMERY – THE DINAMIC DUO. (1966) Pegue o guitarrista mais classudo do jazz com o organista mais funky e outros ótimos músicos para acompanhá- los e tenha a certeza que o resultado é outra obra prima , uma aula de jazz funk com um colorido do Blues. Obrigatório.


Artistas  que não entraram na lista , mas que devem ser ouvidos.  Art Blakey, Pat Metheny, Chet Baker, Dizzy Gillespie, Benny Goodman, Thelonius Monk, Charlie Parker, entre outros.

Jeff Beck e suas baforadas de Jazz Rock



Jeff Beck nasceu em 1944 na Inglaterra, desde cedo mostrou – se apaixonado por música. Aos 12 anos constrói sozinho sua 1ªguitarra e usa um rádio como amplificador , depois passando a adolescência tocando em algumas bandas,daí chegando aos Yardbirds (banda que revelou Jeff Beck , Jimmy Page e Eric Clapton) e permanecendo por 2 anos e deixando 3 álbuns gravados.

Depois já na carreira solo Beck havia emplacado a obra prima Truth, e revelou ao mundo o talento de Rod Stweart, mas foi em 1975 com Blow by Blow que o guitarrista inaugurou seu período instrumental.


Lançamento: 1975 - Epic/CBS/Sony
Produção: George Martin
Engenheiro De Som: Denin Bridges
Estúdio: AIR Studios, Londres
Faixas: "You Know What I Mean", "She's A Womam", "Constipated Duck", "AIR Blower", "Scatterbrain","Cause We've Ended As Lovers", "Thelonius", "Freeway Jam" e " Diamond Dust".
Formação: Jeff Beck (guitarra), Max Middleton (teclados), Phil Chen (baixo) e Richard Bailey (bateria e percussão), Stevie Wonder ( teclados).


Tendo George Martin cuidando da produção e dos arranjos de cordas do disco, um time de excelentes músicos, e vemos que o casamento entre o 5º Beatle e o guitarrista mais arrojado concebido neste mundo resultou numa obra de arte , música e sentimentos sendo este o único disco de ouro que o guitarrista ganhou.
Blow by Blow é isto mesmo que o título diz uma sucessão de golpes, fulminantes baforadas despejadas em nossos ouvidos com algumas Gibson Les Paul e Telecasters usadas pelo guitarrista para as gravações, e mostra do que é capaz com uma Tele nas mãos , ouça ``Cause we´ve Ended as Lovers” , de Stevie Wonder , mas aqui uma homenagem ao mestre da telecaster Roy Buchanan, incluindo o truque com botão de volume da guitarra , enquanto executa bends de arrepiar a espinha.
Em “Scatterbrain” além de se entregar com fervor ao fraseado jazz rock , o nível de virtuosismo do guitarrista atinge níveis nunca antes ouvido em sua obra , com ele e sua banda literalmente pirando na execução da música.
Coincidência ou não, Beck gravou a sua versão para She´s a Woman dos Beatles, aqui transformada num reggae matador com efeitos de Talk Box, antes deste efeito tornar – se famoso nas mãos de Peter Frampton no ano seguinte. Em “You Know What I Mean``, tome cuidado para não quebrar sua espinha . ``Diamond Dust`` conta com os solos incríveis, pontuados pelas cordas e seu arranjo são outra pérola. Ainda temos o ritmo frenético de ``Freeway Jam ``, onde a bateria começa num ritmo hipnótico e os solos de guitarra e teclados são muito bem executados, contando com outro ótimo arranjo de cordas e com Beck fazendo um som mais alegre e pra cima. Jeff Beck criou uma maneira única e sua de tocar guitarra, expandindo seus recursos, tocando sem palhetas, seja com seus solos precisos aliando técnica apuradíssima e sentimento e usando como poucos alguns efeitos e assim colorindo mais o seu som e seu instrumento com seu indefectível timbre.

Outro disco para toda vida.