sábado, 28 de maio de 2011

Vamos falar de Rock Brasileiro.

ROCK BRASILEIRO :
Biografia : O "pontapé inicial" do rock no Brasil foi Nora Ney (conhecida cantora de samba-canção) quando gravou o considerado primeiro rock, "Rock around the Clock", de Bill Haley & His Comets (trilha do filme Sementes da Violência), em outubro de 1955, para a versão brasileira do filme .Em uma semana a canção já estava no topo das paradas (mas Nora Ney nunca mais gravou nada no gênero, tirando a irônica "Cansei do Rock", em 1961). Em dezembro, a mesma canção recebia versão em português, "Ronda das Horas" (por Heleninha Ferreira) e outra gravada por um acordeonista, não tão bem sucedidas quanto a "original".Em 1957, foi gravado o primeiro rock original em português, "Rock and Roll em Copacabana", escrito por Miguel Gustavo (futuro autor de "Para Frente Brasil") e começo da década foi marcado pelo surgimento de grupos instrumentais como The Jet Black's, The Jordans e The Clevers (futuros Os Incríveis), e do cantor Ronnie Cord, que lançaria dois "hinos": a versão "Biquíni de Bolinha Amarelinha" e a rebelde "Rua Augusta".Até que surge um capixaba que se tornaria o maior ídolo do Rock Nacional dos anos 60 e, posteriormente, o maior nome da música brasileira: Roberto Carlos, que emplacou dois hits em 1963: "Splish Splash" e "Parei na Contramão". No ano seguinte, obteve mais sucessos como "É Proibido Fumar" (mais tarde regravada pelo Skank) e "O Calhambeque". Aproveitando o sucesso, a Rede Record lançou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto ("Rei"), seu amigo Erasmo Carlos ("Tremendão") e Wanderléa ("Ternurinha"). Só nas primeiras semanas, atingira 90% da audiência.Seguindo o sucesso das Jovem Guarda, surgem entre outros, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo e Ronnie Von, que tinham seu som inspirado nos Beatles (o gênero apelidado "iê-iê-iê") e no rock primitivo. A Jovem Guarda também levou a todo tipo de produto e filmes como Roberto Carlos em Ritmo de Adventura (seguindo a trilha de A Hard Day's Night e Help! dos Beatles). Os Mutantes também criariam carreira grandiosa, com álbuns elogiados a partir de 1968 e chegando a influenciar até Kurt Cobain, do Nirvana. O grupo começaria a se desmanchar com a saída de Rita Lee, em 1973.Após sair dos Mutantes no final de 1972, Rita Lee iniciou uma muito bem sucedida carreira solo, acompanhada do grupo Tutti Frutti. É nesse período, que ela lança o seu mais memorável álbum: o Fruto Proibido de (1975), disco este, que contém os sucessos "Agora só falta você", "Esse tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra". Arnaldo Baptista também gravou o aclamado Loki? (1974). Os Mutantes ainda atravessaram a década convertidos ao rock progressivo, passando por várias formações e dissolvendo-se em 1978.Em 1973, surgiram Secos & Molhados, liderados por João Ricardo, com Ney Matogrosso como vocalista, que faziam a chamada "poesia musicada", com canções muito bem elaboradas como "Rosa de Hiroshima" ou "Prece Cósmica", apesar de alguns flertes menos poéticos e mais divertidos como "O Vira". Dois álbuns e um ano depois, em 1974, o grupo com sua formação clássica (João, Ney e Gerson Conrad) se desfez.Em 1973 também surgiu outro ícone: Raul Seixas, que vendera 600.000 compactos de "Ouro de Tolo" em poucos dias e se tornaria "bardo dos hippies" com músicas debochadas como "Mosca na Sopa" e "Maluco Beleza", esotéricas como "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e "Gita", e as motivacionais "Metamorfose Ambulante" ( que compunha aos 14 anos) e "Tente Outra Vez".Movimentos surgiram em outros locais do Brasil: em Minas Gerais, o "Beatlesco" Clube da Esquina, liderado por Milton Nascimento e Lô Borges; e no Nordeste, a "nova onda" dos Novos Baianos, no circuito underground da época como o progressivo regional de O Terço (que chegou a gravar um álbum em inglês oltado para o mercado italiano), o hard rock do Made in Brazil .Atribui-se a esta década a popularização do rock brasileiro, movimento que surgiu para aproveitar a onda do estilo musical (rock) que já havia se consagrado mundialmente nos anos 70. Muitas bandas deste estilo, como os Titãs e Os Paralamas do Sucesso permanecem ativas até hoje, fazendo apresentações por todo o Brasil. Outras bandas e artistas da época, como Legião Urbana e Renato Russo, foram imortalizados e tocam nas rádios até hoje, devido ao grande sucesso entre o público, principalmente adolescentes.


1- MUTANTES – Os Mutantes  - 1968

Os Mutantes” (1968) mostra o nascimento da banda mais criativa da história do rock nacional. Só por isso já valeria ser escutado. Mas existem outros atrativos. A maturidade no som da banda, às vezes dá a impressão de que o som dos Mutantes nasceu pronto. Algo impressionante. Resumindo: indicado para quem pretende conhecer um pouco da história da banda na “Era Rita Lee”, a mais criativa, recheada de ironia e bom-humor. E indicado, também, para aqueles que pensam que no Brasil apenas se copiam padrões importados.


2- LEGIÃO URBANA – Dois – 1986 - lançado  em meio a um Brasil que se acostumava com a Nova República e com o Plano Cruzado,“DOIS” torna-se um disco que fecha o ciclo juvenil e inocente da banda, apontando para novos caminhos e novas possibilidades. Além disto, é o disco com mais hits juntos que já ouvi, praticamente todo o álbum é perfeito, coeso e estranho, a começar pela capa e o encarte (no CD a foto do encarte é outra, onde dá pra identificar o rapaz: Marcelo Bonfá) que lembram o clima mórbido de “Closer” (último disco do Joy Division).

3- RPM - Ao Vivo- 1986 - É um dos discos mais vendidos da história da indústria fonográfica do Brasil, com 2,5 milhões de cópias vendidas.Gravado no Pavilhão de Exposições do Complexo do Anhembi, em São Paulo, o show, com direção do cantor Ney Matogrosso, traz grandes sucessos, como Revoluções Por Minuto, Rádio Pirata, Olhar 43 e as então inéditas Naja (instrumental baseado nos teclados de Luiz Schiavon) e Alvorada Voraz, além das regravações de London, London (de Caetano Veloso) e de Flores Astrais (do grupo Secos & Molhados, do qual Ney Matogrosso fez parte).
 

4-RAUL SEIXAS – Gita- 1974
“Don Raulzito” não foi só mestre das guitarras, foi também das palavras, da atitude e da ironia, que somadas nos deram de presente obras primas como “Gita”. Nesse disco, o eterno maluco beleza mostra que é possível fazer piada com a sociedade, misturando letra, rock, blues e baião.


5- BARÃO VERMELHO – Maior Abandonado - 1983
Os Stones brasileiros, que lançaram “Maior Abandonado”, recheado de canções inteligentes e fundamentais, acompanhadas de uma sonoridade singularmente marcante, o disco apresenta diversas canções interessantes, como “Por que a Gente é Assim?”, “Baby Suporte”, “Bete Balanço”, além da faixa título. Este também é um álbum especial por ser o último com a formação original da banda. Após o lançamento do álbum e uma série de shows, Cazuza decide deixar a banda para alçar vôo sozinho.

 

6- ULTRAJE A RIGOR – Nós Vamos Invadir Sua Praia -1985 - O que fica evidente,  é que todo mundo se divertiu muito fazendo o disco – Liminha chegou a contar, em entrevista à MTV, até sobre a famosa brincadeira do balde apoiado sobre a porta, que virava e derramava água sobre quem a abrisse. Com uma clima desses , acabaram por parir uma obra cheia de humor, rock, atitude e acima de tudo inteligência .



7- TITÃS – Cabeça Dinossauro-1986 - Em Abril de 86, os Titãs entram no estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro para gravar o que seria um marco do rock no Brasil: "Cabeça dinossauro", sendo o mais pesado da história do Brasil até então. Os Titãs vinham de ressaca porque um de seus vocalistas, e um guitarrista haviam sido presos por envolvimento em heroína. Isso refletiu diretamente nas músicas que faziam referência ao episódio de prisão dos integrantes como "Estado violência" e o clássico "Polícia".Outra música bastante tocada também foi "Homem Primata"."Cabeça dinossauro" fez uma revolução na música brasileira, ninguém tinha feito ainda algo tão pesado e demolidor. O Brasil nunca tivera letras tão diretas e objetivas e, mais que isso, o disco conseguiu um alto índice de vendas.

 

8- CAMISA DE VÊNUS – Batalhões de Estranhos – 1984
 Contava com uma sonoridade melhor e mais trabalhada resultado dos dois anos de experiência. Deste disco o maior hit da banda, "Eu não matei Joana D’arc", que bem caracterizava o lado humorístico e sarcástico da banda.Mostrando também mais um artista criativo da música brasileira.


9- IRA ! – Psicoacústica -1988 - Psicoacústica tocou na ferida da cultura musical da época. Em sua concepção, apesar da curta duração – oito faixas e pouco mais de meia hora de som -, foi um disco muito bem produzido. Poucas vezes no rock nacional se viu tamanho entrosamento entre os integrantes de uma banda. A guitarra de Scandurra nunca esteve tão afiada. Jung não lembrava aquele que um dia fora renegado pelos Titãs sob a alegação de falta de pegada. Nasi e Gaspa, além de impecáveis em suas atribuições, traziam significativas mudanças nas técnicas de gravação. A produção escalada para o disco também se destacava, uma vez que as relações com Liminha estavam abaladas após a gravação de Mudança de Comportamento.Psicoacústica figura merecida e obrigatoriamente em qualquer lista das maiores obras do Rock nacional.



10- Chico Science e Nação Zumbi – Afrociberdelia- 1996 - O disco que definiu o mangbeat e título do segundo disco da CSNZ, lançado em 96 pelo selo Chaos, da Sony Music, funde três influências marcantes no som e nas idéias da banda: a presença da África, diretamente, através da música de Fela Kuti e Manu Dibango e dos toques de candomblé, ou indiretamente, via a predominância do ritmo sobre a melodia; o interesse pela cibernética, como ferramenta de composição e de comunicação; e o flerte com o psicodelismo, através do contato com o rock inglês dos anos sessenta, o dub jamaicano e o funk intergaláctico americano da primeira metade da década de setenta.A fusão desses três elementos define Afrociberdelia, um cd onde Chico e seus malungos mostram-se melhor adaptados às artimanhas dos estúdios, inclusive com uma performance vocal de Science bem superior à de sua estréia. A lamentar, apenas, a inclusão de três remixes para Maracatu Atômico sem a devida autorização da banda.



2 comentários:

  1. Muito boa a matéria! Parabéns pelo Blog!

    Eu gostaria de conhecer outras bandas brasileiras de rock pricodélico/experimental que não foram mencionadas acima. Eu só conheço bem os Mutantes e Secos e Molhados. Pode ser de qualquer época, inclusive dos dias atuais!

    Além disso, eu gostaria de saber se o Milton Nascimento tem outro disco de que flerta com o rock progressivo, além do Clube da Esquina.

    Muito obrigado!

    Grande abraço,

    Cadu

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    1. Obrigado pelos comentários Cadu. Em relação ao Milton Nascimento só conheço o Clube da Esquina mesmo. JÁ o Rock Psicodélico voce pode ouvir os 1º discos do Alceu Valença e Zé Ramalho que são psicodélicos, mas são bons discos de se ouvir. Parece que o Ronnie Von também em seus 1º discos tem um quê de psicodelia.

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