quarta-feira, 22 de junho de 2011

The Who - Live at Leeds




O  lançamento do LP “Live at Leeds”, que continha seis faixas, todas trazendo estalos dignos do chicote de um gaúcho,ou de um ovo fritando naquela banha porca que vinha em tijolos brancos. A Banda avisava na contracapa da bolacha que o disco era estalado mesmo; que não se tratava de defeito das “agulhas”  ou dos aparelhos de som dos consumidores; que era um projeto meio “pirata”... por isso o layout da capa, a mixagem ruim, o som pior ainda... enfim, o disco era uma joça!Em alguma entrevista tempos atrás Pete revelou que os tais estalos seriam de algum cabo mal conectado ou ruim mesmo que ninguém da produção se ligou e acabou ficando assim mesmo , mas com certeza esses estalos acabaram dando um charme a mais na bolacha. Alguns alucinados, sobretudo da imprensa, começaram uma estória de que aquele era “o melhor álbum ao vivo da história do rock” até então.Você sabe como é, o público sempre vai atrás desses blá-blá-blás, afinal o que está no jornal é verdade absoluta, senão não estaria no jornal,de maneiras que “Live at Leeds” alcançou o status de clássico instantâneo, mantendo essa posição até os dias de hoje, principalmente para esse que vos escreve.

Mas peraí, anos depois eu também comprei e saí repetindo a estória , num transe auditivo eu ouvi dois narigudos; um, vestindo um macacão daqueles de frentista do manicômio, destruía cem guitarras por minuto na minha cabeça; o outro implodindo cada pedaço de razão, com uma bateria que mais parecia uma máquina dos infernos.Tinha ainda um contrabaixista que fazia com “seu instrumento” o que a gente poderia chamar de “justiça com as próprias mãos” e também um vocalista trajando uma camisa de braços cheios de franjinhas e que, quando não estava urrando no meus ouvidos, pensava que seu microfone era algum protótipo de helicóptero.Esse amálgama de feiúra, insanidade, suor, barulho, fúria e rock & roll jogava a pá de cal definitiva sobre os 60s, e mais uma vez influenciando tudo o que viria depois com mais uma obra seminal, mostrando sua força no palco.



  Depois de “Live at Leeds”, nada foi mais o mesmo, nem as bandas, nem os discos ao vivo, nem as platéias do rock, nem eu... o fato é que “Live at Leeds” foi o show parâmetro que todas as grandes bandas da mesma época tentaram alcançar, mas que permaneceu inatingível até 1995, quando as gravadoras lançaram um novo disco do Who, chamado... “Live at Leeds”!
Pois é, 25 anos depois do grande happening, os “guardiões da verdade” (nominalmente, a Polydor inglesa e a MCA americana), juntamente com Pete Townshend, resolveram que era hora de liberar um testemunho mais fiel do que foi aquela noite em “Leeds”, e dessa vez deixando que a fera mostrasse mais alguns dentes e mais incisivamente, para que eles ganhassem mais dinheiro. “Live at Leeds” foi remixado e remasterizado; os estalos “genuínos” foram mandados para Andrômeda,a versão foi solta com mais do dobro do tempo da versão original, contendo várias performances inéditas até então; e estamparam em todas revistas especializadas: “nova versão de Live at Leeds o transforma no maior disco ao vivo não só de sua era, mas de todos os tempos”.
Sempre disseram que o grande legado do Who foi “Tommy” - John Entwistle contava que antes de “Leeds”, grande parte do público achava que o nome da Banda era “Tommy” e o disco é que se chamava The Who -, uma heresia isso.“Leeds” nem pode ser comparado com “Tommy”. As gravadoras resolveram soltar o show na íntegra, todas as performances que rolaram naquela noite do pretérito mais que perfeito, incluindo “Tommy” quase na íntegra (as faixas “Cousin Kevin”, “Underture” e “Welcome” não constam desta versão ao vivo, pelo menos não na forma em que aparecem em “Tommy”).Convidando - nos  para uma nova “Amazing Journey”, me apresentando às novas “Acid Queen” e “Sally Simpson”,e apresentando um novo “Tommy”, o Tommy de “Leeds”. E que acabou sendo a cereja do bolo , pois a 1ª parte deste disco duplo é a melhor sem sombra de dúvidas e que realmente teve o grande impacto no mundo da música, pois só a abertura soa pesada , brutal e que com certeza influenciou muito metaleiro por aí.Disco para toda a vida.

Lançado em 16 de maio de 1970 nos EUA

Lançado em 23 de maio de 1970 no Reino Unido

O LP original continha apenas seis faixas (LADO A: "Young Man Blues", "Substitute", "Summertime Blues", "Shakin All Over" / LADO B: "My Generation", "Magic Bus")

Relançado em 1995 em CD remixado, remasterizado e com faixas bônus ("Heaven and Hell", "I Cant' Explain", "Fortune Teller", "Tattoo", "Happy Jack", "I'm A Boy", "A Quick One (While He's Away)" e "Amazing Journey / Sparks")

Relançado em 2001 em edição de luxo, novamente remixado e trazendo o concerto completo.

Gravado ao vivo na Universidade de Leeds em 14 de fevereiro de 1970
Produzido pelo The Who

Roger Daltrey - Vocais, gaita
Pete Townshend - Guitarra, vocais
John Entwistle - Baixo, vocais
Keith Moon - Bateria, vocais





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