sábado, 11 de fevereiro de 2012

Discografia Básica do Rock - Television - Marquee Moon 1977


A história deles começa com o grupo Neon Boys, fundado por Tom Verlaine (guitarra e vocais) e Richard Hell (baixo e vocais) em 1971. Richard Lloyd (guitarra) e Billy Ficca (bateria) completavam o grupo, que alguns anos depois mudaria de nome para Television. Hell saiu por volta de 74, e Fred Smith, ex-baixista do Blondie, foi chamado para substitui-lo. Em 1974, o Television gravou um single e em 1977 eles assinaram com a Elektra para gravar "Marquee Moon", o seu primeiro LP.
Em meio à avalanche punk em que a maioria das bandas fazia um som rápido e primário (Ramones, Dead Boys) ou flertava com o pop (Blondie, Marbles), o Television optava por uma linha musical mais elaborada, com melodias harmoniosas, convivendo com ruídos e faixas longas que, ao vivo, se transformavam em verdadeiras jam sessions. O Television foi a primeira banda de punk rock a tocar no CBGB inaugurando o club para os sucessos posteriores como Ramones e Patti Smith Group.
Dentre essas bandas e mais algumas contemporâneas que tocaram no CBGB´S, o Television foi a banda que menos teve sucesso comercial, pois na minha opnião eles não eram uma banda punk, mas tocavam esse estilo mesclando pop e outras influências e os timbres deste disco eu até hoje nunca escutei em álbuns punk , mas sim em alguns ótimos álbuns de rock. Existiam  também melodias harmoniosas, ruídos convivendo juntamente com faixas longas , que ao vivo transformavam - se em verdadeiras jam sessions, escute e tire a sua prova real. As texturas servem como molduras para as letras de Tom Verlaine, que compôs todas deste disco, fazendo deste , um item essencial  tanto para o rock quanto para a música.
A música de "Marquee Moon" é leve em seus ingredientes e pesada em sua atitude. Os instrumentistas não usam efeitos ou pedais. É rock'n'roll puro, de uma fluidez impressionante. Verlaine e Lloyd formam uma das duplas de guitarristas de rock que mais deram certo. Ambos solam, se alternam em riffs, bases e harmonias. Ambas as guitarras - principalmente a de Verlaine - alcançam sonoridades que às vezes parecem com guinchos, grunhidos e gritos. Ficca e Smith formam uma cozinha "à francesa", leve, com toques jazzísticos, sem abusos.Na faixa seguinte, a balada "Venus", em que Verlaine cai direto nos braços da Vênus de Milo. Em "Friction" o destaque vai para o solo esquizofrênico de Verlaine, assim como na comprida "Marquee Moon" (que, aliás, tem um belíssimo falso gran finale).O lado B começa com uma jóia, "Elevation" ("A última palavra /é a palavra perdida /por que você não a diz então?"), onde o junkie Lloyd faz um solo emocionante. "Guiding Light" (única co-parceria de Verlaine no disco - com Lloyd) é mais uma balada que demonstra a sensibilidade harmônica de Verlaine. Em "Prove It", a combinação de base sonora simples com o caleidoscópio de images evocadas por Verlaine é mais uma vez perfeita. Em "Tom Curtain", a última música do disco, outra magnífica combinação: a voz chorosa de Verlaine relembra os anos passados, enquanto sua guitarra estridente rola suas lágrimas mais amargas.

O resultado final, foi um inigualável disco de guitarras que davam as costas para o som blueseiro que vinha dominando a guitarra desde os anos 60. Ouça "See No Evil" e suas ardentes guitarras fazendo uma celebração crescente da poluição urbana e da cultura das ruas.É este o disco que prova que eles eram, instrumentalmente, uma das bandas mais integradas da década de setenta, e não há músico ou não-músico - de qualquer gênero - que, ao ouvir o disco, não se convença disto.Compre e tenha centenas de horas de diversão.


Músicas :
1- See No Evil
2 - Venus
3- Friction
4 - Marquee Moon
5 - Elevation
6 - Guiding Light
7- Prove It
8- Torn Curtain



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