domingo, 2 de outubro de 2011

O Último disco entre Peter Gabriel e o Genesis



Este disco foi o fechar das cortinas para Peter Gabriel no Genesis, e também o álbum mais controverso da fase clássica do grupo: Para alguns é a obra-prima definitiva da banda, para outros o prenúncio de sua degeneração. Uma crítica da revista Veja em 1975 afirmava que a banda havia se perdido em seu “labirinto barroco”. A extinta revista Bizz, no início dos anos 90, chegou a selecionar o disco como discoteca básica . Os próprios integrantes da banda tem opiniões divergentes: Para Gabriel e Collins, Lamb é o melhor disco da banda, Hackett por sua vez nunca demonstrou maior apreço pela obra, até pela pouca participação que teve em sua elaboração.
A temática do álbum , desenvolvida quase que exclusivamente por Gabriel , gira em torno da história de Rael, um porto-riquenho que vive uma aventura urbana , mas surrealista em Nova Iorque. A banda assim se distanciava das temáticas folclóricas e mitológicas, comuns (mas não únicas ) nos álbuns anteriores. Mudanças também musicais: As composições longas , características por exemplo do denso Selling England by the Pound , não são mais predominantes.  

 Logo de cara, a faixa-título mostra o potencial de toda a melodia proposta pelos componentes, quando o tecladista Tony Banks introduz a música com um fantástico solo de piano.
O disco se passa todo por um mesmo tema, tratando-se portanto de um álbum conceitual. É contada a história de Rael que se depara com a grandiosidade da cidade de Nova York e se deslumbra principalmente com os espetáculos e os personagens da Broadway, vivendo as mais diversas situações. É uma história totalmente louca através das letras de, nada mais nada menos que Peter Gabriel, vocalista da banda naquela época. Durante a turnê do álbum, ele interpretou todos os personagens do álbum no palco, mostrando toda sua versatilidade. A banda conseguiu em The Lamb modificar seu som , e mesmo assim manter sua identidade, o que é raro .



 As músicas que mais me impressionaram na parte de arranjos e melodias foram Fly on a Windshield, Broadway Melody of 1974, In the Cage, Back in N.Y.C., Carpet Crawlers, The Chamber of 32 Doors, Anyway, The Lamia, The Colony of Slippermen e Riding the Scree; isso sem falar nas instrumentais Silent Sorrow in Empty Boats, Ravine e Hairless Heart.Neste disco foram gravadas algumas das mais bonitas melodias do rock até os dias atuais.
 Peter Gabriel tem uma performance vocal arrebatadora, possivelmente a melhor de toda sua carreira, interpretando com toda passionalidade as composições. Talvez tenha ajudado o fato dele estar na época a beira de uma síncope nervosa. Ele realmente coloca as entranhas para fora em faixas como In The Cage , a faixa-título e principalmente em Back in N.Y.C. Os momentos mais suaves, como Carpet Crawlers também são brilhantes. Sua maneira singular de cantar , mudando muito a voz numa mesma canção ao sabor da história de cada letra, vive seu auge, mas paradoxalmente o início do seu fim .
Conhecer esses álbuns é quase uma obrigação para qualquer um que admire esses grupos e tenha tomado gosto pelo gênero.Disco para toda a vida.

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