segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Prog Alemão do Eloy - Eloy - Ocean - 1977


Fundada no final dos anos 60 pelo guitarrista Frank Bornemann, a banda sofreu várias mudanças, sendo Bornemann o único membro consistente do grupo. Foi inspirada por bandas como The Beatles, The Shadow e Pink Floyd, este último pelo tom de space rock que possuia na época. A princípio, a banda tocava hard rock, inspirada por temas políticos, mas logo passou para um som mais progressivo, com elementos de space. Baseado principalmente nos solos de guitarra de Bornemann, o som da banda também inclui o vasto uso de sintetizadores e coros. O nome da banda foi inspirado em Eloi, uma raça do futuro na novela A Máquina do Tempo, de H.G. Wells. Apesar da nacionalidade, a banda não é considerada participante do movimento Krautrock, estilo nascido no país de origem da banda a Alemanha. 
Como de praxe no rock , a banda teve várias formações , mas a que gravou este disco era :
Frank Bornemann - Guitarra solo, acústica, e vocais. Klaus-Peter Matziol -Vocais, Baixo , Detlev Schmidschen - Teclados Hammond, Mini-moog, Mellotron, Xylophone, Jürgen Rosenthal - Bateria, naipe de metais, flauta, címbalos, roto-tons, sinos e vocais.


O disco em si  é uma pérola progressiva, um dos melhores discos conceituais que eu já ouvi e  já produzidos pelas milhares de bandas que o estilo concebeu na década de 70. Uma musicalidade conceitual que é fiel ao tema, 'Oceano' e a produção também ajuda sendo impecável, uma mixagem e masterização muito bem feitas .  É  a história da formação mitológica do homem e do mundo, em quatro faixas . O álbum tem umas passagens meio difíceis de se ouvir na primeira audição.  O estilo é art-rock, com elementos de prog espacial. Os vocais são em inglês (atente para as letras, escritas pelo baterista). O vocal é aquele que se pode esperar do Frank, mas não deixa a desejar. O baixo de K.P. Matziol é sem dúvida um dos melhores do progressivo: encaixa com tudo. O teclado é bem dosado, ora com atmosferas suaves, ora bem marcado. Os solos são coisa do outro mundo: são balanceados os efeitos e dão uma sensação de que voce está dentro da música. Agora, esse baterista... é fora de série. Influenciado por Neil Peart do Rush, ele desenvolveu um estilo muito próprio, como poucos que se atrevem a seguir essa escola aberta pelo baterista canadense. E desempenha seu papel com louvor. Realmente, ele usa muitíssimo bem os roto-tons, criando passagens adequadas a cada ocasião. Veloz e ao mesmo tempo melódico, ou seja , o músico e seu instrumento contribuindo para a música.




Posseidon´s Creation -  Linda, que chega a marejar os olhos. Logo no início,Frank usa a guitarra alternadamente com o baixo, criando uma conversa perfeita. Um arranjo difícil de se encontrar em outra música. A bateria conduz tudo muito bem, o teclado dá uma atmosfera meio "fria", ao ritmo das ondas! Ao prestar bem atenção no andamento, pode se perceber isso. Uma mudança de andamento depois da introdução, e o vocal entra como se tivesse contando uma história. Um naipe de metais dá um brilho.

Incarnation of the Logos - Aqui a faixa começa mais sombria, com um ritmo lento. De novo, Frank vai desenrolando a história cantada. O teclado dá o ar obscuro. Porém, à medida que a letra prossegue, o tom vai aumentando... aumentando.. até que explode, e adquire um andamento rápido.

Decay of the Logos - Talvez a melhor faixa do álbum. Muito mais prog, agora já com um andamento mais rápido. O baixo é bem mais marcado. A flauta aparece na mixagem  Enérgica e brilhante.

Atlanti´s agony at June 5th, 8498, 13 p.m. Gregorian Earthtime -  Começa com Jürgen recitando a destruição do mundo, com uma voz sinistra, que dá medo ás vezes. Enquanto isso, efeitos tenebrosos são libertos dos sintetizadores, com trovões, gemidos, etc. Nisso, uma melodia medieval pode ser ouvida ao fundo, Então, uma mudança de andamento segue até o fechamento do álbum .

Se você curte ouvir uma história contada por uma grande banda de rock , vá comprar o seu.

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