quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Discos que Marcaram a Minha Vida - Pearl Jam - Ten - 1991


O embrião do Pearl Jam pode ser encontrado em outras bandas de Seattle, na época em que a cidade ainda não era o grande foco das atenções no mundo do rock’n’roll, como ficou sendo durante a primeira metade da década de 90. Podemos começar dizendo que o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament eram amigos e formaram uma banda de hard-rock chamada de Green River ao lado do guitarrista Steve Turner e o vocalista Mark Arm, mais ou menos na metade da décade de 80. Chegaram a gravar e lançar um disco, chamado "Rehad Doll", além de um EP, pelo selo local Sub Pop. Mas em 1988, a banda resolve se separar, sendo que Arm e Turner formariam logo depois o Mudhoney, uma das bandas primordiais do grunge. Jeff e Stone continuam juntos e, juntamente com o baterista Jeff Turner e o vocalista Andrew Wood, formam uma nova banda, chamada Mother Love Bone. Assinam um contrato com a Geffen Records e lançam em 1989 o EP chamado "Shine" e, em 1990, um álbum chamado "Apple". A banda começa a fazer a sucesso nos EUA, quando, logo depois do lançamento de "Apple", em 16 de março de 1990, morre o vocalista Andrew Wood, vítima de uma overdose de heroína.
Depois disso, Stone e Jeff se separam, mas continuam a compor e escrever músicas. Depois de algum tempo, voltam a se juntar com o propósito de formar mais uma banda. A eles se junta o guitarrista Mike McCready (ex-Shadow), mas faltava ainda um vocalista e um baterista. Por intermédio do amigo e baterista Jack Irons (ex-Red Hot Chilli Peppers), eles conhecem Eddie Vedder, que estava naquele momento trabalhando em uma indústria de petróleo em San Diego (que fica no estado da California, sendo que Eddie nasceu no estado de Illinois), mas que costumava cantar e tocar com alguns amigos nos bares da cidade, em uma banda chamada Bad Radio. Vedder recebe uma fita demo do trio de Seattle (apenas com músicas instrumentais) e gosta do som que ouve. Ele resolve escrever as letras que faltam à essas músicas (reza a lenda que ele foi surfar um dia, e, ao sair do mar, estava com as três letras prontas na cabeça – são elas: "Once", "Alive" e "Footsteps", e possuem ligação entre si), e ele mesmo grava sua performance por cima dos instrumentos na fita e a envia de volta para Seattle. O trio fica impressionado com o que ouve e resolve convidar Eddie para ser o vocal da futura nova banda. Assim, ele vai para Seattle e grava com a banda durante três semanas, sendo que ao final dessas, já estavam se apresentando para o público local.

Assim no fim dos anos 80 e início dos 90, começa um movimento em Seattle nos EUA, digno de uma guerrilha aonde as bandas eram como uma unidade paramilitar autogerida que em pequenos grupos , foram assolando o mundo com suas canções e bermudas de flanela e xadrez. O Pearl Jam foi uma dessas pequenas unidades que se transformaram em gigantes musicais na Terra. Nesse seu 1º disco vemos além de rock maduro, inteligente lembram - se nas melodias majestosas de suas canções a integridade ardente de mestres como Neil Young (que mais tarde gravaria junto da banda) e The Doors, mas ao mesmo tempo davam seu grito de guerra para um poderoso e novo movimento musical " O Grunge nascia aqui". Pois independente das virtudes do disco como : refrões fáceis de serem cantados, letras inquietantes e reflexivas.


Temos  duros acordes que se intensificam com os solos pungentes e blueseiros de Mike McCready, guitarras entrelaçadas colorem o disco de forma sombria, a voz de barítono de Eddie Vedder, foram assimiladas rapidamente por milhões de jovens no mundo, eu incluso, que estavam ávidos por coisas e sons novos, o rugido de "Why Go" e o mar de reverberação de "Oceans'', a contundente "Porch" ditam a cartilha do Grunge. Em "Jeremy" os adolescentes shoe gazer começaram a se perguntar como seria estourar os miolos na frente da turma. E assim o Pearl Jam fez com que estivéssemos mais ligados ao rock clássico, do que o Nirvana e os gritos punk de Kurt Cobain. Disco para toda a vida.


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