Gravado em vários estudios, como o AIR Studios, em Londres, Tridents Studios e Cherokee Studios na California, devido sua longa turner, o sucessor do antológico “Blow by Blow” era muito aguardado, já que se comentava de que a parceria Beck , com a produção de George Martin havia rendido outros temas que entraria no próximo trabalho. Beck estava mais “Jazzy” do que nunca, e prova disso foi o leque de convites que se abria para que ele colabora-se com gente como Stanley Clarck e Billy Preston. Esta fase de Beck seria a ponte para que seu trabalho fosse visto de maneira, digamos, mais respeitosa, ao lado de nomes já consolidados da guitarra. Nessa época, os Ex-Yarbirds, Beck, Clapton e Page, já eram chamados pela imprensa de “Santíssima Trindade da Guitarra” , e o peso da responsabilidade nunca foi um fardo para Beck.
A importância de Wired para o gênero Fusion é indiscutível. Beck já teve que ser comparável inevitavelmente com Clapton e aqui, era a vez da imprensa coloca-lo lado a lado de John McLaughlin. George Martin teve muito trabalho para produzir as linhas sinteitizadas de Jan Hammer, mas contudo, este álbum foi melhor gravado e produzido que seu anterior. Beck se superou ao tocar com a banda mais técnica, que havia se aventurado até então, e daí em diante, definiu seu estilo avesso a rótulos.
Led Boots abre o disco com uma bateria anunciando a entrada dos instrumentos. É um fusion empolgante que de cara, é como dizer ao ouvinte que comprou o disco e botou para tocar, que o seu dinheiro foi bem empregado e tem muito mais pela frente. Os sintetizadores do ex-Mahavishnu Orchestra, Jan Hammer e guitarra de Beck parecem amigas inseparáveis nesta prato de entrada que é um clássico dentro do repertorio do guitar-hero.
Come Dancing é swingada com momentos melancólicos, onde se dá muita liberdade para improvisos, e Beck não decepciona com fraseados melódicos. E como diz o titulo, ela chama para dançar. O Baixo tem slaps meio Sly and Family Stone, o que mostra um lado funk de Beck que até então não era muito aparente em seus trabalhos até este aqui.
O standart de Charles Mingus, Goodbye Pork Pie Hat é um deleite do primeiro ao ultimo segundo. As guitarras são encaixadas com licks que fogem de todos os clichês e o mais lindo nesta faixa é o timbre e a interpretação do guitarrista e seu instrumento, inigualável. Há mudanças constantes no som clean para o drive de maneira bem conciliada como poucos guitarristas são capazes de fazer. Mas o clima inicial e a cozinha roubam a cena nesse tema que é na verdade um fusion da melhor qualidade, e no melhor sentido da palavra.
Blue Wind, se destacou no disco e logo se tornou uma perola dentro dos clássicos de beck. Uma guitarra conversando com baixo e bateria em frases agudas que logo depois duelam em improvisos nervosos de teclados e guitarra , em um duelo mais do que agradável.
Sophie é um tema super complicado tanto nas quebradas de ritmo quanto no swing, tem guitarras dobradas em oitavas na parte lenta, e depois disso uma disparadas de riffs com linhas de baixos mantendo o andamento, e logo depois vem uma longo improviso duelando guitarra e sintetizador.
Play with me, começa com ama boa linha que serve de motivo inicial, te leva para notas agudas e vai passeando entre vários ligados de notas velozes que costura a canção.
Love Is Green, um tema lento. Onde Beck começa tocando violão e depois passa para sua Stratocaster apenas para dar um pouco mais de brilho na canção. Ela foge completamente da proposta Fusion que o álbum apresenta. Parece ter sido feita para fechar o álbum.Depois deste disco Beck e sua trupe saíram em turnê, e que acabou sendo gravado no ótimo Jeff Beck and Jan Hammer Group Live , e assim deixa - se um disco para os nossos netos.
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