terça-feira, 20 de setembro de 2011

Faith No More - The Real Thing - 1989











Na transição da avalanche do Guns N´Roses para a devastação do Nirvana, a biosfera pop foi assolada pela febre Faith No More. A década de 90 engatinhava quando o grupo californiano sugeriu uma opção viável - artística, estética e comercialmente - ao modelo personificado por Axl Rose. Antes de Kurt Cobain dominar a paisagem, Mike Patton tornou-se o cara a ser imitado e The Real Thing o som a ser perseguido.
Era o terceiro disco de uma banda que ameaçava decolar desde a boa receptividade do single "We Care a Lot", de
Introduce Yourself (1987). Para Patton, a estreia em uma formação que, por muito menos do que ele fazia à frente de seu outro grupo.


Do choque entre o vocalista e um baixista mandão (Billy Gould), um tecladista new wave (Roddy Bottum), um guitarrista heavy (Jim Martin) e um baterista tentacular (Mike Bordin) resultou uma sonoridade alérgica a rótulos. Funk metal, simplificou a coisa, escorado pelo peso quebrado de "Falling to Pieces", "From Out to Nowhere"e "Epic".


Mas o menu de The Real Thing oferece outros sabores. A versatilidade de Patton - ora debochado, melódico, feroz, ora canastrão, desafia e é desafiada pelos demais integrantes em "Underwater Love", "Surprise! You’re Dead" ou "Zombie Eaters". Funk, se possível. Pop, se necessário. Metal, de preferência.
Na época, Patton dizia imaginar o futuro mais com a cara de "Easy" (Commodores) do que da versão de "War Pigs" (Black Sabbath), gravada em
The Real Thing.  Igualmente brilhante e difícil a banda  fincou os pilares para a construção do nu metal com este grande disco, fazendo do mesmo um disco para toda a vida.




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