domingo, 18 de setembro de 2011

Gentle Giant - Free Hand - 1975



"Free hand" é considerado o album que mais vendeu no mundo e que de certa forma é bem possível que o GG estava pretendendo ter ambição de querer a partir daí "conquistar" o mundo com sua música. Uma ressalva no que diz a respeito de vendas do album: só pra se ter uma idéia em CD este album do GG foi realizado por 4 das 6 distribuidoras que comercializam este trabalho do grupo.
Com o sucesso de "Free hand" o GG realmente se equilibrou na sua ascenção comercial, porém as coisas não foram tão simples assim como eles haviam imaginado; eles tiveram que continuar trabalhando e viajando mundo afora numa excursão árdua na Europa e America do Norte (tendo o Canadá também incluso), mas independentemente das dificuldades que tinham o grupo continuou numa boa totalmente nivelado e equilibrado com o novo material e daquilo que já havia sido gravado desde quando eles surgiram no mercado fonográfico.  A banda ainda de qualquer maneira tem a sua complexidade ao caminho que geralmente trilhavam, mas observa-se que o conjunto parece ter refletido sobre aquilo que a indústria da música exigia . Pode não ser o maior album definitivo de rock progressivo, mas sem sombra de dúvidas "Free hand" ficou comercialmente acessível pelo menos para aquelas pessoas que seriam novos ouvintes desta banda estilo medieval. Por falar em medieval que ainda está presente neste album, a sonoridade também não se deixa levar com o renascentismo, algo muito incomum de bandas que fazem o estilo de folk-prog o que caracteriza "Free hand" um trabalho tão adorado para aquele público na época , e  incrivelmente das 7 faixas existentes apenas 3 delas foram inclusas no set-list do GG.



A produção foi feita novamente por Gary Martin do mesmo album anterior, "The power and the glory" (1.974) com o auxílio de Paul Northfield que já havia trabalhado com a cantora Roberta Flack e o ex-guitarrista e fundador do "Yes", Peter Banks em "The two sides of Peter Banks" (1.973). A arte gráfica partiu da idéia do GG com a colaboração de Richard Evans dando uma impressão de que o GG estava precisando se livrar de um conceito próprio para facilitar a outras pessoas também a terem possibilidades em receber satisfatoriamente a música do grupo em seus ouvidos e infiltrar em seus sentimentos.
 A versão em CD fez uma tiragem em que ocorre um erro gráfico de impressão do qual afirma que o album é de 1.972, sendo que na realidade é de 1.975 a gravação.


"Just the same" - faixa de abertura de do album "Free hand" foi colocada no set-list do GG nas apresentações ao vivo, alias as 3 primeiras faixas de "Free hand" são as únicas que impressionantemente aparecem aos palcos. Esta neste caso acabou por sendo utilizada até a turnê de 1.977 e foi empregada por um período como abertura nas apresentações  seguida da "Proclamation" do album "The power...". A faixa tem um pouquinho também do gênero funk com sessões de acordes um tanto repetidos num esquema um parecido como em "Proclamation". "Just the same" é uma faixa considerada favorita de boa parte do público do GG, só o início da mesma que apresenta um começo surpreendente com simples estalos de dedos provocando o ouvinte a também a fazer o mesmo (apesar de que aparenta ser de um ritmo 7/4) com canais de som que ficam numa alternância recebendo o teclado de Minnear numa repetência de acordes e recebendo também a guitarra de Green  e repentinamente entram o baixo e as baterias com o vocal de Derek que irá fazer 2 refrões com vários toques de sopros de saxofones, na parte solo instrumental a melodia é relativamente suave com a guitarra e depois vindo os sintetizadores quando é interrompido novamente pelo ritmo que iniciou a faixa e aí Derek parte para mais um terceiro refrão finalizando a música aos poucos deixando apenas os estalos dos dedos apenas.

"On reflection" - provavelmente esta é uma das faixas que tem o melhor momento de desenvoltura do GG deste album, alías do conjunto também. A faixa mostra que o conjunto tem um ótimo entrosamento entre os vocais de 4 dos 5 integrantes do GG, e o equilíbrio destes 4 vocais sendo executados é muito emocionante feito sobre a forma medieval. Acredita-se que o GG aqui neste caso tenha sido uma das pouqíssimas bandas contadas nos dedos (bandas de rock progressivo relacionado ao gênero sinfônico e folk) tenha feito algo parecido.   Vindo a segunda parte estará apenas Kerry cantando numa tranquilidade até que é conduzido apenas pelos instrumentos como o violino, flauta, vibrafone, e outros. A última parte recebe um riff de Green recebendo outros instrumentos da banda até possuir em conjunto as baterias de Weathers que só aparecerão nesta ocasião finalizando aos poucos a faixa.
"Free hand" - a faixa título se manteve no set-list do grupo até que eles finalizassem suas atividades em 1.980, sua última turnê. Ela também permanece como uma das faixas que resultaram um efeito muito esforçado do grupo no aspecto da forma como o album "Free hand" propunha ao público pela facilidade de ouvir.  Os teclados se tornam uma espécie de "enchimento" de vida no GG para esta música junto com os vocais um tanto "nervosos" de Derek (Minnear faz os vocais da sessão do meio da faixa). O estilo meio jazzístico é bombástico conforme vai se obtendo o crescimento da melodia e o mais interessante é que quando a banda entra na sessão mediana da faixa eles ficam numa espécie de orquestra como se estivessem tocando uma valsa (na parte do solo instrumental).



"Time to kill" -  é algo pelo visto daquilo que o GG já fez muito proximamente em "Working all day" em "Three friends" (1.972) e possivelmente nunca mais retornariam a fazer algo parecido já que comentado anteriormente o album aqui em questão é muito mais acessível no aspecto de sonoridade para um ouvinte. Curiosamente a faixa também se tornou coincidentemente uma das já elaboradas pelo grupo de rock progressivo "UK" no album de estréia "UK" (1.978). Apresenta também curiosamente no início efeitos sonoros de um jogo de video-game antes da febre da Atari. E pode se escutar alguns dos membros  gritando "Gol" quando antes fazem um ponto ao seu favor. Ao mesmo tempo também é um tanto agressiva com a entrada da guitarra junto com as baterias, mas aos poucos vai cedendo a sonoridade se tornando suave e melódia . O destaque vale ao baixo de Ray se variando em várias linhas conforme os temas que vão surgindo.
"His last voyage" -  Muito melodiosa, tranquila e algo já feito anteriormente como em "Aspirations" e/ou "No God´s man" do album anterior . Já na seção do meio da música se torna como se fosse uma melodia meio de estilo canon dividos os vocais em 3 partes , além disso apresenta também um notável solo de guitarra de Green. Tem como o vocal de Kerry Minnear sendo o principal e novamente o baixo também já surpreende o ouvinte em sua linha melódia junto com instrumentos de percussão.


"Talybont" - e a instrumental do album . Ficou moldada em um estilo bem do que é o GG, em forma medieval, longe de qualquer coisa que designe a palavra "pop" no meio cultural musical e sendo inclusive trabalhada de uma maneira muito simples e simpática.  Segundo a banda "Talybont" foi um pequeno aposento onde o baterista John Weathers viveu na Britânia. Outro detalhe seria que esta faixa seria feita para um filme retratando a estória de Robin Hood num suposto filme a ser lançado.

"Mobile" - a faixa retrata o sentimento do GG que tinham de insegurança e incerteza na vida da estrada da música. Esta música é um tanto interessante, apesar de ser agressiva musicalmente a sonoridade parece ser como se fosse de um estilo "punk-medieval" . A percussão pesada de Weathers provoca praticamente o clima deste resultado que encerra o album "Free hand".
 

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