Com o passar dos anos, e no caso do Yes, algumas décadas, chega-se a um momento de uma tomada de decisão, o momento em que é a hora de se reinventar e eu acredito que este álbum, "Symphonic Live" que foi lançado em 2002, possa ser fruto desta teoria. Levando-se em conta o longo período muito conturbado que a banda passou a partir da década de oitenta, com uma sucessão de entradas e saídas de músicos, brigas judiciais intermináveis, um verdadeiro "Inferno de Dante", fora isto, o peso da idade da banda e associado à flutuação dos movimentos musicais de curta duração, dada a sua inconsistência e fragilidade musical sempre tiveram um efeito nefasto sobre o rock progressivo.
Gravado em uma noite de novembro de 2001 em Amsterdã durante a tour do album Magnification, o show do lendário grupo prog Yes é soberbo. Acompanhados pela European Festival Orchestra, composta de jovens músicos.Jon Anderson (vocais), Chris Squire (baixo), Alan White (bateria), Steve Howe (guitarra) e o agregado Tom Brislin (teclados) fizeram uma noite de gala. O Show é muito bem filmado em um belo teatro lotado com um palco bem jeitoso com o fundo representando uma noite estrelada; impressiona também a quantidade de parafernália instrumental que o grupo utiliza.
O Yes já tinha tido uma experiência com orquestra em 1969, quando gravaram "Time and a Word", porém apenas isso,o que gerou certo receio em relação ao show: será que eles conseguirão incluir a orquestra como um membro da banda sem apagar as qualidade individuais de cada músico? A resposta é um claro e uníssono "sim".A qualidade de som é a melhor possível, límpida e cristalina, evidenciando a voz afinadíssima de Anderson. O repertório escolhido é muito bom, com direito aos clássicos épicos quilométricos "Close to The Edge" (que abre o show), "Gates of Delirium" (com a orquestra dando uma nova dimensão à parte experimental ) e a sensacional "Ritual"; todas executadas na íntegra. As músicas novas "Don't Go", "In the Presence Of" e "Magnification", se não chegam ao nível das dos anos 70, são bem agradáveis de se escutar, especialmente a última com uma belíssima introdução de violino.
O show inicia com "Close to the edge",de uma maneira que eu nunca vi antes, o som ficou mais carregado, mais preenchido, Steve Howe e Alan White em sintonia perfeita,muita animação da orquestra, tempos perfeitos, e os sempre belos vocais de Anderson;a odisséia chega com "Long Distance Runaround",também muito bem executada, belíssima música; o show prossegue com duas faixas do "Magnification":"Don't go"e "In the presence of",atingindo o clímax com a próxima música, que retrata os males da guerra,"Gates of Delirium"!!!Sensacional, não consigo exprimir em palavras o que é presenciar essa música orquestrada,é uma sinestesia,ela já possuía um sentido,uma essência bem definidas,mas com a orquestra voce visualiza o campo de batalha,os oponentes, a derrota, a alma, a vitória,essa faixa já vale todo o DVD,sem exageros.
Após essa inigualável apresentação,somos agraciados com o "concerto emD maior,segundo movimento(vivaldi)" e "Mood for a day"calculadamente perfomados por Howe.
O show prossegue com "Starship trooper","Magnification", "And you and I", "Ritual" (grande performance), "I've seen all good people", "Owner of a lonely heart"e "Roundabout".
É um show espetacular,vale a pena conferir.Compre de olhos fechados.
MÚSICOS:
Alan White / drums, percussion
Chris Squire / bass, vocals
Jon Anderson / vocals, guitars
Steve Howe / guitars, vocals
Guest:
Tom Brislin / keyboards
TRACKS:
Disc one
1 "Overture"
2 "Close to the Edge"
3 "Long Distance Runaround"
4 "Don't Go"
5 "In the Presence Of"
6 "The Gates of Delirium"
7 "Steve Howe Guitar Solo (Mood For a Day)"
Disc two
1 "Starship Trooper"
2 "Magnification"
3 "And You and I"
4 "Ritual"
5 "I've Seen All Good People"
6 "Owner of a Lonely Heart"
7 "Roundabout"
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