sábado, 19 de novembro de 2011

Discografia Básica do Rock - Gentle Giant - In A Glass House - 1973


Em julho de 1.973 , o grupo vai para o estúdio gravar como quinteto e mais um outro empeçilho vem a pertubar o grupo; desta vez seria o selo da gravadora do qual eles haviam sido contratados em "Three friends" (1.972), a Columbia Records (CBS) devido ao interesse que o conjunto despertou nos Estados Unidos. A Columbia Records após a realização de "Octopus" (que também era pertencente) começou repentinamente a passar por uma crise interna financeira e por via das dúvidas não conseguiria cobrir os custos que estariam por vir no album seguinte (que é neste caso, "In a glass house") ainda que a gravadora reconhecesse que a banda aplicaria uma série de efeitos sonoros dos quais foi também outra desculpa que a gravadora não acreditaria na banda.Quanto a saída de Phil Shulman, na banda não foi tão significante do que o recrutamento do baterista John Weathers; a banda sentiu evidentemente muitas dificuldades e tensão nas gravações com a falta de Phil que manteve um estilo próprio, mas a facilitação por outro lado foi devido a contribuição de Weathers determinando agora um outro estilo trazendo um som mais sólido e conciso e que compensaria a perda do integrante que saiu e foi fundador do GG. A formação deste album a partir como um quinteto ficou na seguinte maneira: John Weathers nas baterias, percussão e vocais de apoio; Gary Green nas guitarras, violões, percussão e vocais de apoio; Kerry Minnear nos teclados, percussão e vocais, Derek Shulman nos instrumentos de sopro e vocais e Ray Shulman no baixo, violão, violino, percussão e vocais.

Lançado em setembro de 1.973, "In a glass house" que resultou num único compacto, marca também pela primeira vez na presença do público um aspecto mais animador com telas gigantescas visuais atrás dos palcos e sendo assim, os espectadores ingleses inicialmente não gostaram muito desta formação mas aos poucos foram prestando mais atenção na banda e começavam a ter mais interesse na música do GG. Detalhe interessante: Uma idéia que o GG pensou em se aproximar dos espectadores em suas apresentações ao vivo era tornar algo semelhante ao que o "Genesis" (fase de Peter Gabriel em suas encenações teatrais musicais no conjunto) fazia como ter Weathers fantasiado sob a forma de um "Gigante Gentil" (que é vizualizado nas capas, e repare que a fisionomia de Wheathers é até próxima do personagem) andando no palco no meio de várias casinhas de boneca em meio de fumaças artificiais, mas infelizmente a idéia foi abortada e nunca utilizada.Sem muito esforço o GG demonstra neste trabalho um tanto mais de rock do que nos outros já gravados, a marca da sonoridade medieval ainda se mantém e parece que está um tanto "funk-medieval" feito também de uma forma estruturalmente complexa, mas evitando ideais de artistas virtuosos na forma de ajuntar justamente esta presença mais significante de rock que possui o trabalho com a arte contemporânea de artistas clássicos da época moderna como Igor Stravinsky e Bella Bartok. O que dizer dos múicos ? Kerry Minnear em todo o momento do trabalho está tanto delicado como também ágil nos teclados, Derek Shulman se divide nos vocais entre o leve e o pesado, Ray Shulman prenche linhas de baixo sendo tocadas de forma muito inteligentemente, Gary Green se mantém tão discreto em seus instrumentos de cordas que é impossível deixar de prestar atenção e por finalmente John Weathers acompanhando o restante dos companheiros numa forma de ritmo muito arrojada.

A produção foi feita pelo próprio GG que está impressionantemente muito boa para um selo muito desconhecido no mercado e feito de maneira analógica, já que na época não tinha uma tecnologia convencional avançada para a confecção da gravação digital junto com o auxílio de Gary Martin que colaborou no "Yes" em "Fragile" (1.971), e outros.

A arte gráfica foi elaborada por Martyn Dean,Vale uma ressalva a respeito da capa elaborada de forma tridimensional que originalmente no vinil vinha num papel celofane com impressões dos músicos e a capa original que vinha também com impressões dos músicos e desenhados de maneira diferente. A medida que fosse ajuntado o celofane com a capa do vinil ficava mais preenchida a gravura como se houvessem mais de 5 músicos no conjunto, portanto um achado caso alguem encontre este vinil. A mesma maneira ocorreu para o CD lançado em 1.992, só que o grave é que o proprietário do disquinho deve ter cuidado enorme pois uma parte destas imagens vem impressas na proteção acrílica fronta da qual se abre o CD e se quebrar perde-se a graça do encarte. A vantagem que o CD possui é que vem duas faixas a mais de bonus,eu tenho e recomendo.
"The runaway" -  inicia "In a glass house" com o barulho de vidros se quebrando , uma verdadeira "guerra" com razoável quebradeira.Observe que a faixa tem um ritmo em determinados momentos em meio funk.
"Inmates Lullaby" - muitos fãs do GG não gostam desta faixa, talvez por ela ser melosa até ao extremo, mas tem um detalhe muito interessante que possivelmente pouca gente sabe e daria até mais valor para esta: todos os instrumentos tocados são de percussão desde o início ao fim da faixa. Poucos grupos de rock progressivo exploram instrumentos de percussão melodiosa como o xilofone, marimbas e outros além dos vocais;  É uma composição muito excêntrica que possivelmente o GG já gravou na carreira sob a idéia da forma em meio de uma canção de ninar que criou um ambiente muito misteriosos; vide os vocais de Derek. As letras refere-se sobre alguém que é insano criminalmente.
"Way of life" - é uma das faixas mais rápidas do album, além de ser triunfante e engenhosa. É um tipo de música que você lembra aquelas frases musicais que se seguem uma após outra e com o tempo se o ouvinte é muito emotivo acaba fazendo com que ele se torne constantemente surpreso a medida que vai descobrindo o objetivo tanto de sua sonoridade como das letras. A faixa em si é relativamente um tanto diferenciado por conter vários temas musicais e também se percebe um tímido ritmo de funk por mais incrível para uma banda como o GG. Inicia com Gary gritando "Go!" e então a banda entra totalmente num ritmo rápido com Derek cantando uma melodia que por uns instante fica num meio sinistro com a guitarra e o teclado fazendo uma parceria finalizando o primeiro refrão, retornando o GG a fazer o segundo refrão em que possui uma presença de um órgão consistente de Minnear junto com uma flauta tocada por Ray causando uma sonoridade medieval que é típica do conjunto recebendo inclusive Derek nos vocais e aí entrando o restante da banda ficando uma melodia novamente um tanto sinistra com a guitarra recebendo aos poucos os teclados de Minnear e dai o GG inicia o terceiro refrão do qual Derek finaliza as letras e o conjunto vai se dissipando e recebendo apenas Minnear no órgão que fica quase 2 minutos aos poucos também se tranquilizando e concluindo a música de vez (segundo Minnear este final tinha como o propósito partir para ser uma outra música).
"Experience" -  agora é a vez de Minnear fazer os vocais principais (repare que os vocais de Derek e Kerry até que não são tão exageradamente muito diferentes). A banda demonstra um esforço também muito grande nesta faixa, talvez uma das maiores complexidades do GG em "In a glass house" estejem aqui. Mas aqui a diferença é que apresenta mais rock e novamente mais funk; a grande parte dos fãs do GG possivelmente se sentiriam ofendidos, mas uma parte do album está muito associado a este tipo de ritmo, portanto "In a glass house" tem que ser ouvido e admirado inteiramente com muita cautela. imagine o seguinte quando eles excurionaram nos Estados Unidos na turnê de "Three friends" (1.972), o país também vivia uma parte do público que estava sendo tomado por conta do funk de gente como "Earth, Wind & Fire", "The Isley Brothers", Herbie Hancock e entre outros naquele tempo. É bem possível que o GG tenha sentido neste país que a forma do grupo em executar sonoridade medieval com o rock poderia "casar" perfeitamente com o funk. Os destaques mais interessantes são possuir alguns toques de violino, toques para linhas de baixo existentes ao longo da faixa junto a percussão e baterias de Weathers, órgão de Minnear com seu vocal, além do ritmo funk em determinadas ocasiões onde se ouve neste momento o vocal de Derek na única frase que cita "Master inner voices, making the choices".
"A reunion" - é a menor faixa do album com pouco mais de 2 minutos de duração, pequena demais pela forma de como foi tocado,  mas ficou agradável pela sonoridade que já vale pela faixa. Aqui também é o vocal de Kerry Minnear que se torna o principal além de fazer os toques de piano elétrico sendo acompanhado por bonitos riffs de violinos, dedilhadas de violão, toques de baixo. A canção não passa de uma simples "baladinha" muito melodiosa, mas melosa demais, talvez um profundo momento do GG de relaxamento e "meditação" na faixa. Detalhe: onde está Weathers ? Só na introdução da faixa fazendo 8 toques no bumbo da bateria lembrando o ritmo de um coração pulsando.
"In a glass house" - é a maior faixa do album também com pouco mais de 8 minutos de duração, mas na verdade ela termina até antes porque os 20 últimos segundos é um retrospecto muito rápido de um minúsculo trecho de cada faixa executada pelo GG neste album sendo a ordem da seguinte maneira das faixas: "The runaway", "Way of life", "Experience", "In a glass house", "An inmates Lullaby", "A reunion", isso sem contar que a abertura tem a quebra de vidros como também no seu final. A faixa possui múltiplas sessões de vários temas, além de que parece que o GG toca todos os instrumentos que possuem, uma "guerra" de instrumentos (mandolins, violões, saxofones, trompetes, piano elétrico, marimbas, xilofones e etc.), mas de uma maneira muitíssimo comportada e a banda pelo visto aproveitou como pode durante estes 8 minuntos que contém a faixa evitando desperdícios fazendo mais uma vez rock, folk (medieval), funk e assim nos deixando um disco para toda a vida.


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