quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Porque o Led Zeppelin se tornou um gigante do Hard Rock .

Muito se fala a respeito do Zeppelin de chumbo, que foi a maior banda , turnês gigantescas, toneladas de drogas, e todo aquele clichê que envolve uma grande banda.Mais passados mais de 30 anos de sua existência , porque até hoje todos seus discos são cultuadíssimos , a influência da banda cheira até hoje na música e uma reunião é um sonho de milhares pelo mundo afora. Claro que a competência de todos os integrantes são indispensáveis para todo o resultado final que o grupo mostrou em seus discos e concorridos shows. Afinal pensar em Led Zeppelin sem a voz e as letras de Robert Plant, o baixo e toda a elegência de John Paul Jones , e a fúria musical de J. Bonham espancando seu kit la no fundão , inclusive usando as mãos, é impossível. Mas e Jimmy Page , sim o embaixador dos riffs, foi peça principal para canalisar todas estas influências e além de compor foi um mestre na produção e gravação de seus discos , como músico de estúdio aprendeu muito e soube usar como ninguém todas estas lições.


Page nasceu num subúrbio do norte de Londres, Heston, em Middlesex. Seu pai era um gerente industrial e sua mãe, secretária pessoal de um médico.
Jimmy Page, começou a aprender anos. As suas primeiras influências foram os guitarristas de rockabilly, Scotty Moore e James Burton, que tinham tocado ambos em gravações de Elvis Presley, e Johnny Day que tocou guitarra com os Everly Brothers. A canção de Presley “Baby Let´s Play House" era uma das suas favoritas. As preferências musicais de Jimmy, abrangiam também o folk acústico de Bert Jansch e John Renbourn, os sons do blues de Elmore James e B.B. King e o skiffle britânico.
Aos 14 anos, Page entrou no concurso para descoberta de talentos da ITV, “Search for Stars”. Após deixar a escola, tinha o objetivo de trabalhar como assistente de laboratório, mas o seu amor pela guitarra e pela música obrigou-o a mudar de caminho. Neil Christian do The Crusaders, convidou-o para se juntar à banda, o que lhe trouxe a sua primeira experiência de digressões, e onde entrou pela primeira vez em um estúdio para a gravação de um single, “The Road to Love”.
Enquanto estudante, Page tocou muitas vezes no Marquee com bandas como: Cyril Davis All Stars, Alexis Korner’s Blues Incorporated e com os guitarristas Jeff Beck e Eric Clapton, nos Yardbirds. Uma noite foi visto por John Gibb dos Silhouettes, que lhe pediu para ajudar gravar uns singles para a EMI, "The Worrying Kid" e "Bald Headed Woman", mas só após ter recebido um convite de Mike Leander da Decca Records, é que Page começou a ter trabalho certo como músico de estúdio. A sua primeira gravação para esta editora, o single de “Jet Harris & Tony Meehan”, “Diamonds", chegou a Nº 1 de vendas nas tabelas de 1963.
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No início da década de sessenta na Inglaterra praticamente só haviam dois guitarristas profissionais de confiança para cuidar de rock 'n' roll. Eram eles 'Big' Jim Sullivan e 'Little' Jim Page. Algumas estatísticas dão uma estimativa de que os dois dividiram entre si entre 60% e 90% de tudo que foi produzido pelos estúdios londrinos entre 1963 e 66. Creio que estas estimativas estejam exageradas, no entanto, são facilitados pelo fato de não haverem registros bem documentados sobre as participações de quais músicos em quais sessões.

O público, em última análise, deveria acreditar que os músicos da banda em questão, aqueles que aparecem na capa do disco, são os que se ouvem tocando. Dependendo muitas vezes exclusivamente da memória de técnicos e outros profissionais participantes das referidas sessões, o número de gravações em que Jimmy Page tenha participado é literalmente incontável, e nem ele mesmo sabe ao certo de todas.
Bem, se é impossível saber ao certo todas as sessões em que Page tenha participado, mais impossível ainda seria poder informá-las em ordem. Versões variam sutilmente mas basicamente Jimmy Page tocava desde 1959 em uma banda de seu bairro em Epsom, com aparições regulares no Epsom Dance Hall, geralmente abrindo para a banda principal da noite. Parece que foi a namorada de Christopher Tidmarsh, então motorista de uma banda chamado Red E. Lewis Rock 'n' Roll Band, que lhe falou deste menino na guitarra que seria inacreditável.
Christopher foi vê-lo e após o seu set, que naquela noite abria para Johnny Kidd & the Pirates, chamou o então menino de apenas 15 anos de idade para excursionar pelo o país como guitarrista do Red E. Lewis Rock 'n' Roll Band. Depois de receber o consentimento dos pais, Page começa sua carreira profissional excursionando por boa parte da Inglaterra em uma van com a banda. Em determinado momento o vocalista Red E. Lewis foi demitido e Christopher Tidmarsh assume o posto, agora utilizando o nome artístico Neil Christian.
A banda igualmente mudou de nome, nascendo assim Neil Christian & the Crusaders. Jimmy Page no final de 1960, desnutrido e com febre glandular, desiste da vida de músico e passa dois anos estudando desenho em Art College. No entanto, Page durante este tempo transforma a sala de estar de sua casa em um pequeno estúdio de ensaio onde aos domingos, vários amigos aparecem para tocar com ele. Entre esses, Jeff Beck e Glyn Johns. Depois, em 1962, passaria a frequentar o Marquee Club nas noites que apresentava Cyril Davies & His All Stars. Entre sets, Jimmy Page e três outros garotos se juntavam e tocavam. Mais tarde, Jeff Beck tambem iria passar a participar destes encontros informais. Cyril Davies então convida Jimmy Page a entrar em sua banda mas temendo voltar a adoecer, Page recusa.



Com 1963 caminhando em toda sua lucrativa glória, Jimmy grava para uma banda chamada Mickie Most & The Most Brothers. Este é o mesmo Mickie Most que mais tarde viria a se tornar um dos mais importantes produtores da Inglaterra, galgando sucessos para bandas como Herman’s Hermits, Lulu & The Luvvers e Donovan. Porém, entre 1962 e 63, ainda tentando fazer sua carreira como músico lucrar, ele grava com o auxilio do guitarrista Jimmy Page algumas faixas sob uma variação de nomes que vão desde apenas o mais sucinto, Mickie Most para o curioso Mickie Most & The Gear.

Como Mickie Most & The Most Brothers, é lançado em maio de 1963 “Mr Porter” e “Yes Indeed I Do”. Embora Page seja muitas vezes creditado por participar do compacto seguinte, “The Feminine Look” e “Shame On You Boy”, este na verdade é o trabalho de Jim Sullivan. Como Mickie Most, é a vez de “Sea Cruise” e “It's A Little Bit Hot” lançado em dezembro daquele mesmo ano. Seu último compacto sai em março de 1964, com o nome de Mickie Most & The Gear. As faixas são “Money Honey” e “That's Alright.” Todos esses lançamentos contam com a participação de Jimmy Page na guitarra. É provável que a gaita em “That’s Alright” seja tambem de Page. Em um artigo datado de 1965, Jimmy Page teria comentado que o solo em “Money Honey” era o seu favorito até então.
Ainda tem a canção “Night Comes Down” que embora gravada nessa ocasião, acabou ficando de fora e arquivada. O riff desta canção seria reaproveitado por Page na composição “How Many More Times”, repertório do Led Zeppelin. Ambas tem como fonte original o riff da canção “Come Back Home” de Howlin’ Wolf. E assim gravando intensamente durante toda a década de 60 Page segue gravando com gente como : The Who, Joe Cocker, Roy Harper entre outros até chegar aos New Yardbirds e logo depois , ao Led Zeppelin.



Page foi um dos maiores produtores fonográficos e um inovador sônico, perfeccionista cuja visão fez dos álbuns do Led Zeppelin uma experiência auditiva vívida, ao invés de simples discos. Compare os seis discos que o Led Zeppelin fez de 1969 a 1975 com outros títulos clássicos do mesmo período: os primeiros discos do KING CRIMSON, os LPs do JEFF BECK GROUP, BLIND FAITH, ROLLING STONES, o PINK FLOYD antes de ‘The Dark Side Of The Moon’. Sonicamente, o trabalho de Page com o Led Zeppelin colocou os discos de estúdio de sua banda em um patamar sônico totalmente à parte.
 Como guitarrista, a técnicas de microfonação o interessara desde cedo. Posteriormente, ele usaria a microfonação ambiental nos amplificadores pequenos que eram essenciais a seu som no Led Zeppelin. Mas ele estava especialmente interessado nos sons de bateria que saíam dos estúdios nos anos 60. Os bateristas eram por muitas vezes colocados em pequenas cabines naquela época, para isolá-los da banda enquanto as trilhas-guia estavam sendo gravadas, ou por puro costume. De qualquer modo, os resultados eram pífios e medíocres. Então quando Page capitaneou o Led Zeppelin no estúdio, ele se certificou de que o kit de John Bonham e seu equipamento periférico tivessem sempre bastante espaço em uma sala grande, viva e ressonante.
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Page baseava sua microfonação ambiental de amplificadores de guitarra no que ele tinha aprendido ouvindo a discos clássicos de blues e do rock que emergia nas gravadoras Sun e Chess, onde um microfone era geralmente o suficiente para gravar uma banda inteira ao vivo – mas os sons de guitarra ainda assim se sobressaíam.Page aplicou a velha regra da engenharia que estabelece que ‘distância é igual à profundidade’, então quando chegou a hora de gravar as guitarras, ele colocava um microfone bem perto e um ou mais microfones adicionais a uma distância de até sete metros do amplificador. Isso permitia a Page capturar o efeito sônico pleno de um amplificador preenchendo a sala, e também o habilitava a fazer com que os amplificadores pequenos com os quais ele gravava, como o Supro Lightning Bolt, soassem bem potentes. Muitos outros produtores britânicos o copiaram antes que a prática escoasse até os EUA.

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O eco reverso era outro truque que Page desenvolveu. Ele aplicou a manobra pela primeira vez em 1967, num single do Yardbirds, ‘Ten Little Indians’. Inicialmente, envolvia gravar a guitarra em duas pistas – uma com bastante eco. A seguir, a fita era virada ao contrário de modo que o som do eco ‘molhasse’ apenas certas notas em específico. A mesma técnica foi aplicada também nos pratos de bateria, resultando em um efeito bem psicodélico.
Page trocava de engenheiros entre os discos de propósito, para deixar claro que era a produção dele – e não a metodologia de estranhos – que fazia os álbuns do Led Zeppelin soarem tão dinâmicos.
 
Claro, qualquer grande receita começa com ingredientes sofisticados, e o arsenal de guitarras, particularmente da «marca» Gibson – que ele usava nas clássicas gravações do Led Zeppelin – era soberbo. As mais conhecidas são suas reverenciadas “Número Um” e “Número Dois”. A “Número Um” foi adquirida de Joe Walsh enquanto o Led Zeppelin estava em turnê pelos EUA. A Gibson Custom Shop replicou o instrumento de 1950, com um braço lixado, e um mecanismo que tira os humbuckers de fase na posição do meio, em uma edição limitada de 2004. A Custom Shop também recriou a “Número Dois”, uma 1959 Standard com braço lixado para ficar parecida com a “Número Um” e quatros chaves para dividir os captadores. A “Número Dois” ainda está no catálogo da Gibson.


A outra guitarra Gibson igualmente icônica no rack de Page é a EDS-1275 de dois braços, que ele notoriamente empunhava durante “Stairway to Heaven”, “The Song Remains The Same” e “Celebration Day”. Ele perdeu uma Black Beauty Les Paul Custom 1960 com uma alavanca Bigbsy em um roubo durante turnê em 1970, mas ela ainda assim foi recriada pela Gibson Custom Shop em 2008 em uma edição limitada, com 25 delas autografadas por Page. A Les Paul Standard 1969 vista no filme The Song Remains The Same ainda está em sua coleção, para ocasiões especiais como a épica reunião de 2007 entre os membros remanescentes do Zeppelin na imensa O2 Arena de Londres. E assim Jimmy Page , nos deixa discos que nos acompanharão eternamente dia após dia.
 
 

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