Lançado em 1979 , este segundo disco deste magnífico trio, marca uma reviravolta no cenário musical do inicio dos anos 80 ao misturar a energia do Punk Rock a elementos minimalistas do Reggae. O próprio nome do disco é um trocadilho que poderia ser traduzido com “Reggae de branco”.
Uma clara evolução musical do grupo, em relação ao disco de estreia, devido em sua maior parte a modernização dos equipamentos da banda. Merece uma especial atenção o baterista Stewart Copeland que em sua bateria incorporou efeitos do próprio do instrumento, permitiu extrair de seu instrumento um som totalmente inovador para a época . E que o reggae que ainda estava pouco reconhecido, mostrou possível para este baterista que era possível virar a bateria pelo avesso, é o que Copeland faz aqui , com polirritmias nunca antes ouvida e uma batera totalmente ágil.
O disco abre com “Message In A Bottle”, sem dúvidas a maior canção do trio inglês. Em uma de suas composições mais inspiradas, Sting usa a metáfora de um náufrago cercado por um milhão de missivas de outros náufragos em garrafas para discursar sobre a solidão. A canção é embalada por um dos riffs mais memoráveis do Rock tão inesquecível quanto o de “(I Can’t No) Satisfaction” dos Stones ou “Paranoid” do Sabbath.Aqui o timbre conseguido pelo guitarrista Andy Summers , é de uma beleza indescritível.
“Reggata De Blanc” traz um excelente trabalho de Sting no baixo e vocais , mostrando porque é um dos melhores vocalistas que surgiram.
“It’s Alright For You” tem um ritmo dançante típico do Reggae, e novamente temos Summers com um excelente Riff de guitarra. A faixa também conta com um refrão inspirado que certamente permanece muito tempo na cabeça do ouvinte.
Em “Bring On The Night” é a vez de Copeland brilhar no disco, dando uma verdadeira aula em sua em sua bateria ao criar um ritmo bem dançante, ressaltando claras influencias jazzísticas. A faixa ainda possui um excelente trabalho de Sting no vocal (com ótimos backing vocais no refrão) e de Summers na guitarra conferindo certa elegância à música.
Já em “Deathwish” a banda flerta com os climas mais sombrios em todo o disco e mais uma vez a cozinha do Police mostra todo o seu potencial. O entrosamento entre Sting e Copeland é algo fantástico e isso se reflete diretamente ótimas nas canções do The Police.
A próxima canção é nada mais que “Walking On The Moon” outra canção que indelevelmente marcaria a carreira do grupo inglês. Copeland e Sting criam uma batida econômica perfeita para que Andy Summers desfile um de seus melhores riffs de guitarra em sua carreira com o trio inglês.
“On Any Another Day” é a melhor composição de Copeland no Police. Aqui temos a banda criando uma maravilhosa crônica do modo de vida urbana, destaque para a melodia bem elaborada e para os ótimos vocais na canção. Clássica!!!
“The Bed’s Too Big Without You” é uma das tristes composições de Sting, porém combina perfeitamente com a melodia mais alegre da canção trazendo claras influencias do Jazz.
“Contact” é o momento de Sting brilhar no disco com sua linha de baixo arrepiante, demonstrando sua grande capacidade criativa.
A variedade sonora deste disco é algo impressionante e “Does Everyone Stare” é de uma sofisticação impressionante, mostrando mais uma vez a competência da banda como um todo em um momento mais experimental.
Em “No Time This Time” a banda flerta com elementos do rock mais básico, é uma das músicas mais “aceleradas” do disco.
Como já dito anteriormente o Police é uma peça fundamental para se compreender melhor o Rock dos anos 80, e grande parte da influência da banda sobre as demais neste período é devido ao álbum “Reggata De Blanc”, apontado por muitos fãs como o melhor trabalho do trio inglês.
O leitor pode ter certeza que ícones dos idos anos 80/90 como Skank, Paralamas do Sucesso( os 2 primeiros discos são feitos de sonoridades chupadassas desta banda ), Legião Urbana, entres outros ouviram muito este disco e ele ainda continua fazendo escola entre grandes nomes do rock que mesclam sonoridades cruas com ritmos mais dançantes.Disco para toda a vida.