sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quando o Rock Atingiu Sua Precisão Máxima - Deep Purple - Machine Head



Numa fase que começou com ”Fireball“, brilhou com ”In Rock"  e seguramente, até ”Made In Japan“, o Deep Purple produziu uma série de álbuns que o tirou do semi-anonimato e o colocou no panteão do rock. A formação dessa era de ouro, que trazia alguns componentes originais, era composta pelo líder e fundador John Lord (teclados), Ian Paice (bateria), Ian Gillan (vocais), Roger Glover (baixo) e o guitar hero Ritchie Blackmore. Este disco tem várias histórias famosas durante a sua concepção , uma delas é a que o estúdio onde a banda gravaria o disco , virou cinzas devido ao incêndio provocado no cassino , onde rolava um show de Frank Zappa e seus Mothers,por um indíduo que soltou um sinalizador dentro do cassino onde rolava o show. E Com isso, ao banda ficou sem pico para gravar e acabaram no Grand Hotel, que estava vazio devido à estação de inverno. A grande ironia: eles gravaram um dos melhores trabalhos de rock de todos os tempos em corredores de um hotel vazio e cheio de colchões espalhados e empilhados pelos corredores e quartos aonde a banda se juntou , recrutou o mago dos estúdios Martin Birtch e o grande hit do álbum conta a história de um maluco incendiário que pôs fogo no lugar onde eles iam gravar o álbum.

Machine Head foi gravado no estúdio móvel dos Rolling Stones, foi composto e gravado num período de apenas 15 dias (dezembro de 1971) em Montreux, Suíça.
O play começa arrasador, 220v mesmo: Highway Star, com um Blackmore muito inspirado e Lord dando show... a música é um fôlego só o que, na época, o Gillan tinha de sobra e na minha opnião a melhor música deles. Maybe I’m a Leo diminui o ritmo sem deixar a bola cair. Pictures of Home é uma das preferidas da banda e até hoje é tocada nos shows. A entrada alucinante de Paice dá uma amostra do que está para acontecer: Lord arrepiando e Glover (até ele, sempre comedido) tendo talvez seu melhor momento do trabalho. Na guitarra, Ritchie faz solos, que são aulas de como um guitarrista de rock toca. Never Before foi uma tentativa da banda de fazer a coisa mais comercial possível ,  Roger: “alguns dias após termos gravado a faixa, nós cantarolávamos a melodia da música em todo o lugar e então percebemos que ela estava em nossas cabeças”. 
 
 
Smoke on the Water e logo na introdução, Paice e Roger se juntam ao riff de Blackmore, que se tornaria o mais popular da história do rock. A música nem tem momentos de extremo virtuosismo, mas o feeling é único. Lazy, por exemplo, já é muito mais trabalhada e é um dos pontos fortes do álbum, a banda toda da uma aula de ser virtuoso sem ser chato e ainda falo sobre Ian Paice em particular, que é um músico maravilhoso e esquecido, e aqui faz uma vitrine de virtuosismo, e com a guitarra jazzy que flui do Blackmore e um help de  Lord  que como sempre faz uma introdução muito inspirada. Só no meio da música Gillan dá o ar de sua graça e mostra porque é uma das vozes mais inspiradas da música do século passado.
 O álbum fecha com Space Truckin’, uma pancada nos ouvidos feita única e exclusivamente para Glover e Gillan poderem mandar ver em toda a sua duração. Pois é, era pra ser gravado num estúdio , e gravou se num hotel vazio, que de alguma forma , durante o período de gravação acolheu uma banda de rock no seu ápice , que culminou no Made In Japan, e com seus integrantes chegando a precisão maior na execução de seus instrumentos assim como acontece com um cirurgião , recrtou se um dos maiores produtores da indústria da música que modelou e lançou o som pesado de várias bandas de rock pesado e aqui com sua destreza e conhecimento que fez de sua mesa de mixagem , microfones e outros apetrechos de gravação, conceberam uma aula eterna de rock pesado para toda a vida.




  

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