sexta-feira, 25 de novembro de 2011

George Benson - Beyond The Blue Horizon - 1971



A evolução histórica do jazz,segue um padrão de movimento pendular, com tendências que se alternam apontando em direções opostas. Em meados dos anos 30 surge o primeiro estilo maciçamente popular do jazz, o swing, dançante e palatável, que agradava imensamente às multidões durante a época da guerra. Em 1945 surge um estilo muito mais radical e que fazia menos concessões ao gosto popular, o bebop, que seria revisto, radicalizado e ampliado nos anos 50 com o hard bop. Em resposta à agressividade do bebop e do hard bop, aparece nos anos 50 o cool jazz, com uma proposta intelectualizada que está para o jazz assim como a música de câmara está para a música erudita.
O cool e o bop dominam a década de 50, até a chegada do free jazz, dando voz às perplexidades e incertezas dos anos 60. No final dos anos 60, acontece a inevitável fusão do jazz com o rock, resultando primeiro em obras inovadoras e vigorosas, e posteriormente em pastiches produzidos em série e de gosto duvidoso.Com certeza George Benson nos deixou obras básicas para se entender esse estilo musical que teve evoluções e revoluções com suas fusões e uniões de músicos que se consagraram com suas obras e ou tocando nas de outros, aqui neste disco temos esse time :  Clarence Palmer (órgão), Ron Carter (contrabaixo), Jack DeJohnette (bateria), Michael Cameron e Albert Nicholson (ambos na percussão) .

 Beyond the Blue Horizon, tido por muitos como o seu trabalho mais jazzístico e, consequentemente, o menos comercial. Gravado em 1971, este disco possui algumas peculiaridades, a começar pelo fato de ter sido a estreia de Benson pelo selo CTI, do lendário produtor Creed Taylor. Só para lembrar, Taylor já havia trabalhado com o guitarrista em álbuns como Shape of Things to Come e The Other Side of Abbey Road, ambos de 1969 e lançados pelos selos A&M e Verve, respectivamente.
São apenas cinco temas que, sem exageros, formam um verdadeiro tratado do estilo marcante de Benson na guitarra. "So What" (de Miles Davis) é a faixa de abertura, com sua melodia executada por Benson nas cordas graves e intercalada com os acordes de Palmer. É interessante notar as mudanças cíclicas de condução rítmica da cozinha, que servem de bases para os improvisadores, começando com um groove calçado na divisão da melodia, passando por um walking jazz rápido e depois fechando com uma levada mais marcada pela banda.
Logo após vem "The Gentle Rain", do violonista brasileiro Luis Bonfá, que tem clima bossa de gringo e apresentação irretocável do tema na guitarra, com single notes floreadas, reexposição em oitavas e um baita timbre de sua Guild (naquela época ainda não existiam as Ibanez GB).Já a autoral "All Clear", com os músicos extremamente soltos, possui um clima bem relaxado e apresenta um dos melhores improvisos de Benson no disco, com direito a bends bluseiros, double-stops e solos em acordes.
"Ode to a Kudu" é a faixa mais delicada, uma verdadeira pérola bensoniana, com introdução lírica em acordes de guitarra em clima de oração, sem a banda, cujos membros vão, um a um, progressivamente, fornecendo o acompanhamento.
Os bongôs e as congas dão o clima de "Somewhere in the East", faixa mais instigante do trabalho, que revela um Benson impensável nos dias de hoje, explorando sem pudores intervalos inesperados, rítmicas complexas e efeitos variados.
O CD foi relançado e  ainda conta com três bonus tracks com tomadas alternativas de faixas contidas no cd , tenho esta reedição e a recomendo.Hoje em dia o guitarrista está mais conhecido por ser um " cantador de baladas pop", do que o substituto de Wes Montgomery dos anos 60, mas é inegável que o mesmo nos tenha deixado um disco para toda a vida.

Faixas:
1 So What? 9:05
2 The Gentle Rain 9:05
3 All Clear 5:15
4 Ode to a Kudu 3:45
5 Somewhere in the East 6:05






sábado, 19 de novembro de 2011

Discografia Básica do Rock - Rainbow - On Stage - 1977


O que faz um álbum ao vivo de uma grande banda ser especial e estar como discografia básica nas coleções mundo afora são a performance dos músicos , o set list escolhido e com certeza a gravação e produção da bolacha. Mas e quando acontece desta mesma bolacha ser lançada,como sempre no Brasil mutilada , pois esse é um álbum duplo tanto em vinil como na edição de cd , mas inexplicavelmente a brasileira saiu como simples em ambas edições. Mesmo assim este disco não perdeu sua importância na música pesada ocidental  pois contendo Dio nos vocais  , Blackmore na guitarra e mantendo solos longos endiabrados e improvisações que mais parecem aulas ao vivo, e Cozy Powell mostrando como uma bateria deve soar monstruosa desde o inicío da bolacha , mas sempre fazendo seu papel nas músicas sem extrapolar.

Um pequeno trecho de "Over The Rainbow" (tema do filme "O Mágico de Oz") aquece o público para a entrada de "Kill The King",abre o show pesadíssima, e em uma versão matadora e superior a gravada em estúdio.
 Dio anuncia a segunda música, um medley de quase 12 minutos com "Man On The Silver Mountain" (presente no primeiro álbum), um blues beirando a perfeição com duelos entre Ritchie e Tony nos teclados,e finalizando com Starstruck, música do álbum "Rising", mantendo a competência da banda em alta.

Uma obra-prima, "Catch The Rainbow", a melhor música escrita pela dupla Blackmore/Dio, que ao vivo fica simplesmente... São 15:36 de magia (a versão original tem pouco mais de 6 minutos), solos magníficos do grande Blackmore e a brilhante performance de Dio, que aqui mostra o porque de ser chamado de Frank Sinatra do Heavy Metal.
A quarta música do disco já é conhecida pelos fãs do Deep Purple. "Mistreated" é executada com total perfeição e competência.  Destaque novamente para a dupla Dio/Blackmore. "Sixteenth Century Greensleeves", do primeiro álbum, é a penúltima música do cd. Hard rock bem feito, uma das melhores músicas do Rainbow. Uma marca registrada do "On Stage" é que todas as faixas do disco ficaram bem mais rápidas que as versões originais.
 "Man On The Silver Mountain" é um claro exemplo - ficou muito melhor que a versão original.
"Still I'm Sad", original dos Yardbirds, está presente no primeiro álbum do Rainbow também. Energia, precisão e um solo de teclado perfeito marcam essa ótima música.E com uma performance irretocável , uma aula de gravação e  produção de Martin Birtch, aqui temos uma aula de captação de instrumentos no palco e a mixagem é ótima,por mais de 30 anos este já vem sendo um incentivo musical para toda a vida.



O 1° Disco ao Vivo do Yes - Yes - Yessongs - 1973


naquele ano de 1.972, diversos acontecimentos ocorreram com a banda já que o material utilizado em "Yessongs" é pertencente aos 3 últimos álbuns: "The Yes álbum" (1.971), "Fragile" (1.971) e "Close to the edge" (1.972). Retornando ao tempo após o lançamento de "Time and a word" (1.970) as mudanças se transpõe a partir de então no conceito da música que a banda passou a desenvolver e nas substituições dos integrantes que ocorreram também ao longo do tempo durante até que um curto espaço de tempo dos 3 álbuns anteriores de "Yessongs". A primeira foi do guitarrista original, fundador da banda e que inclusive sugeriu o nome do grupo, Peter Banks que segundo alguns dos motivos de sua saída seria que a banda percebia o seu descontentamento com os companheiros ia crescendo o tornando muito preguiçoso e desmotivado quando foi lançado "Time...", e por outro lado o guitarrista alegava que foi traído e tendo seu profissionalismo no trabalho um tanto descriminado visto que o álbum tinha uma forte presença de arranjos de orquestra e os teclados de Tony Kaye e então seguiria sua carreira formando uma banda chamada "Flash" e em seu lugar seria tomado pelo guitarrista Steve Howe que tinha influências de músicos como Django Reinhardt, Mary Ford, Chuck Berry e entre outros e que já havia tocado com "The Syndcats", "In Crowd", "Bodast", "Tomorrow" gravando vários compactos e esta última banda tendo gravado um álbum entitulado "Tomorrow" (1.968) e com tendências do gênero psicodélico, outra vertente do progressivo que era muito forte nos finais dos nos 60 tendo o "Pink Floyd" como um exemplo. Sensível e criativo Howe traria um tanto mais de "vida" ao terceiro álbum do Yes, "The Yes álbum" que passa a aumentar o volume de vendas de discos para o grupo.Este é o primeiro trabalho ao vivo do Yes numa época em que a banda se demonstrava muito frutífera e esforçadíssima em quesito de criatividade nas composições. Aqui neste período, o Yes já tinha definido sua sonoridade relacionada evidentemente com o rock progressivo e a banda ainda não atingia os 5 anos de carreira já que as faixas deste álbum foram todas tocadas no ano de 1.972 (pelo que se sabe foi gravado mais precisamente no Rainbow Theatre em Londres) de turnês feitas afora e "Yessongs" propriamente dito só foi lançado ao público e crítica em maio de 1.973.

Estava então uma oportunidade para ser feito um trabalho ao vivo que resultou em "Yessongs" com Jon Anderson nos vocais principais, percussão; Chris Squire no baixo e vocal de apoio; Steve Howe nas guitarras elétricas, violões acústicos, vocais de apoio; Bill Bruford nas baterias, percussão, vocais de apoio e finalmente Rick Wakeman nos teclados. Mas em "Yessongs" existiu um porém; e que porém: outra substituição, e desta vez quem sai é Bruford de uma forma muito inesperada para se associar no álbum "Larks tongues in aspic" (1.973) do "King Crimson", outra banda de grosso calibre no mundo do rock progressivo e curiosamente teve a participação de Jon Anderson nos vocais em "Lizard" (1.971) e por outro lado, Robert Fripp, o fundador e na ocasião, um mentor e líder do grupo também havia sido convidado para se tornar o guitarrista do Yes para uma suposta substituição de Banks na época quando saia na banda. Bruford alegava que o Yes tinha um sério problema de se discutir como tocava ali e cá e chegando a um ponto em "Close..." a dar um basta nesta situação após o lançamento deste álbum e algumas apresentações, pois o propósito de Bruford na banda era apenas para sentar nas baterias e tocar ao invés de discutir e perder tempo; a solução foi colocar Alan White para resolver a situação do Yes.
Portanto das 13 faixas de "Yessongs", 2 tem a formação do Yes com Bruford e as outras restantes com White, ou seja, aproximadamente 80% tem a presença do novo integrante, mas o músico estará a partir do próximo álbum "Tales from topographic oceans" (1.974) na total disponibilidade já em estúdio. "Yessongs" mesmo com a mudança interna de integrante foi muito saudado consideravelmente pelo público e crítica, mesmo como um álbum triplo (claro que muitos se enfezaram pelo tipo de edição que foi feita) chegou a ter uma vendagem expressiva nas vendas e chegando ao posto dos 10 primeiros tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos e ainda com a ousadia de fazer um álbum triplo em vinil como estes na época em que num ano de 1.973 a situação mundial vivia uma crise petrolífera muito caótica. Vale também ressaltar que "Yessongs" foi lançado porque a banda no início de 1.973 estava começando a iniciar os primeiros passos da elaboração de "Tales...", dando que claro uma vantagem ao Yes de poder deixar o público um tanto entretido naquele ano enquanto não vinha algo novo, mas para delírio dos fãs o resultado de "Yessongs" resultou em 1.975 num filme com o mesmo nome é até hoje é um dos mais consultados e vistos pelo público sendo uma forte referência para quem tem interesse de vê-los performizando na época numa tela de vídeo. Na integra a formação é a de Anderson/Howe/Squire/Wakeman/White, o que significa que Bruford não está presente e muito menos as duas faixas que toca no caso do álbum em formato áudio.

Uma observação a respeito daqueles ouvintes que querem conhecer inicialmente o Yes: uma parte dos ouvintes que aconselham o trabalho certas vezes chega ao extremo de desconsiderar ter os 3 álbuns anteriores de "Yessongs" visto o material já dito anteriormente como está presente, mas por outro lado fica a dúvida; vale deixar de ter estes trabalhos de estúdio ? O baterista Alan White não está presente nos mesmos e sim Bill Bruford. Os fãs do Yes também poderão observar que ao longo do tempo após "Yessongs" que o repertório de maneira geral sempre procurou estar voltado a músicas destes 3 álbuns anteriores a este álbum ao vivo. Só para se ter uma idéia de como para alguns fãs da banda se cativaram pelo álbum, surgiu no Brasil uma banda "cover" do Yes também chamada "Yessongs" no início dos anos 90 (e que também teve suas variadas formações com o tempo ).
O trabalho teve a produção de Eddie Offord que já tinha estado junto com a banda desde "Time...", além do auxílio de Mike Dunn e Geoff Haslam que já havia trabalhado junto com "The Velvet Underground", "Cactus", "J. Geils Band", "Badger", Jan Akkerman (guitarrista do "Focus"), além de nomes conhecidos do jazz como Ornette Coleman, Gato Barbieri, Herbie Mann e entre outros.
A arte gráfica ficou por conta do imaginário Roger Dean que já vinha estado com o grupo desde "Fragile", além de melhorar o aspecto do nome do logotipo da banda que era paupérrimo com o nome "Yes" dentro de um balão gigante e permanecendo assim com a mudança por um longo tempo; vale ressaltar que a capa como se sabe para o gênero do rock progressivo tornou-se muito importante à medida que cada álbum de determinada banda ia sendo lançado.
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Enfim apesar de aqui pegarmos diferentes formações da banda , é claro desde seu início de que o Yes teve a pretensão de nos deixar mais um disco obrigatório em nossas coleções.






Discografia Básica do Rock - Gentle Giant - In A Glass House - 1973


Em julho de 1.973 , o grupo vai para o estúdio gravar como quinteto e mais um outro empeçilho vem a pertubar o grupo; desta vez seria o selo da gravadora do qual eles haviam sido contratados em "Three friends" (1.972), a Columbia Records (CBS) devido ao interesse que o conjunto despertou nos Estados Unidos. A Columbia Records após a realização de "Octopus" (que também era pertencente) começou repentinamente a passar por uma crise interna financeira e por via das dúvidas não conseguiria cobrir os custos que estariam por vir no album seguinte (que é neste caso, "In a glass house") ainda que a gravadora reconhecesse que a banda aplicaria uma série de efeitos sonoros dos quais foi também outra desculpa que a gravadora não acreditaria na banda.Quanto a saída de Phil Shulman, na banda não foi tão significante do que o recrutamento do baterista John Weathers; a banda sentiu evidentemente muitas dificuldades e tensão nas gravações com a falta de Phil que manteve um estilo próprio, mas a facilitação por outro lado foi devido a contribuição de Weathers determinando agora um outro estilo trazendo um som mais sólido e conciso e que compensaria a perda do integrante que saiu e foi fundador do GG. A formação deste album a partir como um quinteto ficou na seguinte maneira: John Weathers nas baterias, percussão e vocais de apoio; Gary Green nas guitarras, violões, percussão e vocais de apoio; Kerry Minnear nos teclados, percussão e vocais, Derek Shulman nos instrumentos de sopro e vocais e Ray Shulman no baixo, violão, violino, percussão e vocais.

Lançado em setembro de 1.973, "In a glass house" que resultou num único compacto, marca também pela primeira vez na presença do público um aspecto mais animador com telas gigantescas visuais atrás dos palcos e sendo assim, os espectadores ingleses inicialmente não gostaram muito desta formação mas aos poucos foram prestando mais atenção na banda e começavam a ter mais interesse na música do GG. Detalhe interessante: Uma idéia que o GG pensou em se aproximar dos espectadores em suas apresentações ao vivo era tornar algo semelhante ao que o "Genesis" (fase de Peter Gabriel em suas encenações teatrais musicais no conjunto) fazia como ter Weathers fantasiado sob a forma de um "Gigante Gentil" (que é vizualizado nas capas, e repare que a fisionomia de Wheathers é até próxima do personagem) andando no palco no meio de várias casinhas de boneca em meio de fumaças artificiais, mas infelizmente a idéia foi abortada e nunca utilizada.Sem muito esforço o GG demonstra neste trabalho um tanto mais de rock do que nos outros já gravados, a marca da sonoridade medieval ainda se mantém e parece que está um tanto "funk-medieval" feito também de uma forma estruturalmente complexa, mas evitando ideais de artistas virtuosos na forma de ajuntar justamente esta presença mais significante de rock que possui o trabalho com a arte contemporânea de artistas clássicos da época moderna como Igor Stravinsky e Bella Bartok. O que dizer dos múicos ? Kerry Minnear em todo o momento do trabalho está tanto delicado como também ágil nos teclados, Derek Shulman se divide nos vocais entre o leve e o pesado, Ray Shulman prenche linhas de baixo sendo tocadas de forma muito inteligentemente, Gary Green se mantém tão discreto em seus instrumentos de cordas que é impossível deixar de prestar atenção e por finalmente John Weathers acompanhando o restante dos companheiros numa forma de ritmo muito arrojada.

A produção foi feita pelo próprio GG que está impressionantemente muito boa para um selo muito desconhecido no mercado e feito de maneira analógica, já que na época não tinha uma tecnologia convencional avançada para a confecção da gravação digital junto com o auxílio de Gary Martin que colaborou no "Yes" em "Fragile" (1.971), e outros.

A arte gráfica foi elaborada por Martyn Dean,Vale uma ressalva a respeito da capa elaborada de forma tridimensional que originalmente no vinil vinha num papel celofane com impressões dos músicos e a capa original que vinha também com impressões dos músicos e desenhados de maneira diferente. A medida que fosse ajuntado o celofane com a capa do vinil ficava mais preenchida a gravura como se houvessem mais de 5 músicos no conjunto, portanto um achado caso alguem encontre este vinil. A mesma maneira ocorreu para o CD lançado em 1.992, só que o grave é que o proprietário do disquinho deve ter cuidado enorme pois uma parte destas imagens vem impressas na proteção acrílica fronta da qual se abre o CD e se quebrar perde-se a graça do encarte. A vantagem que o CD possui é que vem duas faixas a mais de bonus,eu tenho e recomendo.
"The runaway" -  inicia "In a glass house" com o barulho de vidros se quebrando , uma verdadeira "guerra" com razoável quebradeira.Observe que a faixa tem um ritmo em determinados momentos em meio funk.
"Inmates Lullaby" - muitos fãs do GG não gostam desta faixa, talvez por ela ser melosa até ao extremo, mas tem um detalhe muito interessante que possivelmente pouca gente sabe e daria até mais valor para esta: todos os instrumentos tocados são de percussão desde o início ao fim da faixa. Poucos grupos de rock progressivo exploram instrumentos de percussão melodiosa como o xilofone, marimbas e outros além dos vocais;  É uma composição muito excêntrica que possivelmente o GG já gravou na carreira sob a idéia da forma em meio de uma canção de ninar que criou um ambiente muito misteriosos; vide os vocais de Derek. As letras refere-se sobre alguém que é insano criminalmente.
"Way of life" - é uma das faixas mais rápidas do album, além de ser triunfante e engenhosa. É um tipo de música que você lembra aquelas frases musicais que se seguem uma após outra e com o tempo se o ouvinte é muito emotivo acaba fazendo com que ele se torne constantemente surpreso a medida que vai descobrindo o objetivo tanto de sua sonoridade como das letras. A faixa em si é relativamente um tanto diferenciado por conter vários temas musicais e também se percebe um tímido ritmo de funk por mais incrível para uma banda como o GG. Inicia com Gary gritando "Go!" e então a banda entra totalmente num ritmo rápido com Derek cantando uma melodia que por uns instante fica num meio sinistro com a guitarra e o teclado fazendo uma parceria finalizando o primeiro refrão, retornando o GG a fazer o segundo refrão em que possui uma presença de um órgão consistente de Minnear junto com uma flauta tocada por Ray causando uma sonoridade medieval que é típica do conjunto recebendo inclusive Derek nos vocais e aí entrando o restante da banda ficando uma melodia novamente um tanto sinistra com a guitarra recebendo aos poucos os teclados de Minnear e dai o GG inicia o terceiro refrão do qual Derek finaliza as letras e o conjunto vai se dissipando e recebendo apenas Minnear no órgão que fica quase 2 minutos aos poucos também se tranquilizando e concluindo a música de vez (segundo Minnear este final tinha como o propósito partir para ser uma outra música).
"Experience" -  agora é a vez de Minnear fazer os vocais principais (repare que os vocais de Derek e Kerry até que não são tão exageradamente muito diferentes). A banda demonstra um esforço também muito grande nesta faixa, talvez uma das maiores complexidades do GG em "In a glass house" estejem aqui. Mas aqui a diferença é que apresenta mais rock e novamente mais funk; a grande parte dos fãs do GG possivelmente se sentiriam ofendidos, mas uma parte do album está muito associado a este tipo de ritmo, portanto "In a glass house" tem que ser ouvido e admirado inteiramente com muita cautela. imagine o seguinte quando eles excurionaram nos Estados Unidos na turnê de "Three friends" (1.972), o país também vivia uma parte do público que estava sendo tomado por conta do funk de gente como "Earth, Wind & Fire", "The Isley Brothers", Herbie Hancock e entre outros naquele tempo. É bem possível que o GG tenha sentido neste país que a forma do grupo em executar sonoridade medieval com o rock poderia "casar" perfeitamente com o funk. Os destaques mais interessantes são possuir alguns toques de violino, toques para linhas de baixo existentes ao longo da faixa junto a percussão e baterias de Weathers, órgão de Minnear com seu vocal, além do ritmo funk em determinadas ocasiões onde se ouve neste momento o vocal de Derek na única frase que cita "Master inner voices, making the choices".
"A reunion" - é a menor faixa do album com pouco mais de 2 minutos de duração, pequena demais pela forma de como foi tocado,  mas ficou agradável pela sonoridade que já vale pela faixa. Aqui também é o vocal de Kerry Minnear que se torna o principal além de fazer os toques de piano elétrico sendo acompanhado por bonitos riffs de violinos, dedilhadas de violão, toques de baixo. A canção não passa de uma simples "baladinha" muito melodiosa, mas melosa demais, talvez um profundo momento do GG de relaxamento e "meditação" na faixa. Detalhe: onde está Weathers ? Só na introdução da faixa fazendo 8 toques no bumbo da bateria lembrando o ritmo de um coração pulsando.
"In a glass house" - é a maior faixa do album também com pouco mais de 8 minutos de duração, mas na verdade ela termina até antes porque os 20 últimos segundos é um retrospecto muito rápido de um minúsculo trecho de cada faixa executada pelo GG neste album sendo a ordem da seguinte maneira das faixas: "The runaway", "Way of life", "Experience", "In a glass house", "An inmates Lullaby", "A reunion", isso sem contar que a abertura tem a quebra de vidros como também no seu final. A faixa possui múltiplas sessões de vários temas, além de que parece que o GG toca todos os instrumentos que possuem, uma "guerra" de instrumentos (mandolins, violões, saxofones, trompetes, piano elétrico, marimbas, xilofones e etc.), mas de uma maneira muitíssimo comportada e a banda pelo visto aproveitou como pode durante estes 8 minuntos que contém a faixa evitando desperdícios fazendo mais uma vez rock, folk (medieval), funk e assim nos deixando um disco para toda a vida.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Discos que Marcaram a Minha Vida - Stevie Ray Vaughan - Texas Flood - 1983



Já falei aqui no blog , sobre meu irmão e primo mais velhos que tenho , que me incentivaram a ouvir música, e eis que um dos artistas que ouvi por meio de meu irmão e seus amigos , foi um cara que nasceu no mesmo dia em que eu nasci, e gravou a bíblia do blues nos anos 80 além de ter trazido o estilo de volta as paradas.
Stevie Ray Vaughan  nasceu no dia 03 de outubro de 1954, no hospital Metodista de Dallas, no estado americano do Texas. Filho de Jim e Martha Vaughan, teve através do irmão três anos mais velho Jimmi Vaughan, seu primeiro contato com a música e a guitarra, instrumento no qual Jimmie já ensaiava seus primeiros passos. Durante o início dos anos 60, Stevie conheceu as ricas ondas sonoras das rádios AM de Dallas, as quais possuíam uma variedade cultural e musical incrível, com sons dos mais variados lugares dos E.U.A. como Chicago, Mississipi, Memphis e Louisiana, sendo a “musica racial”, como era conhecido o Blues naquela época, a que despertara maior interesse no garoto.
Stevie começa então a sondar possíveis nomes para formar uma nova banda, recrutando Lou Ann Barton (vocais), Mike Kindred (teclados), Fredde Pharaoh (bateria) e W.C.Clark (baixo), batizando posteriormente a banda como “The Triple Threat Revue””. O grupo faz suas primeiras apresentações no final de 1976, época em que Lou começa a ficar irritada com Stevie, que era o destaque principal da banda e dividia olhares da platéia com ela. Por outro lado, Stevie não queria lidar com uma vocalista com constantes ataques de estrelismo. Lou Ann resolve abandonar o grupo, sendo seguida pouco tempo depois por Mike Kindred e W.C.Clark; entrando Johnny Reno (saxophone) e Jackie Newhouse (baixo). Com todas essas mudanças, Stevie sentia que ainda assim faltava algo a ser mudado, algo que desse uma nova identidade ao grupo. Alguns amigos sugeriram uma pequena mudança no nome, mas Stevie já tinha algo que há tempos estava em sua cabeça e era o título de uma velha canção de Otis Rush. “Double Trouble”, a tal música, passou a ser o novo nome da banda de Stevie.

Jackson Browne era o proprietário do estúdio Down Town, localizado em Los Angeles, na Califórnia. Da amizade de Stevie com Browne, surge o convite para Stevie e o Double Trouble fazerem uso de 72 horas do estúdio, sem nenhum custo à banda ! Tudo o que Browne queria era poder proporcionar à banda a oportunidade deles gravarem uma fita demo que tivesse qualidade suficiente para ser apresentada a grandes gravadoras, a fim de conseguir um contrato. Eles sequer sabiam que estavam gravando seu primeiro álbum ao entrarem no estúdio de Browne, e talvez se tivessem esse conhecimento, a banda não teria conseguido passar para as fitas de gravação o clima que o álbum possui até hoje.
O primeiro dia foi usado para conhecimento do estúdio, seus equipamentos e possibilidadesNo segundo e terceiro dias, a banda gravou 10 músicas, que viriam a se tornar o álbum “Texas Flood” em sua totalidade. A experiência não poderia ter sido mais inocente, com a banda executando música após música com a garra que sempre apresentaram. Ou como disse Tommy Shannon: “- Nós encontramos um espaço, montamos nossa aparelhagem em um semicírculo de modo que todos se enxergassem, e tocamos como uma “live band”. Uma das canções mais conhecidas de Stevie, “Pride and Joy”, foi gravada no dia 24 de novembro de 1982, tendo Richard Mulle, Stevie, Shannon e Chris Layton como produtores do álbum.
Em 1983, o lendário produtor e descobridor de talentos John Hammond, de posse da então demo-tape que viria a se tornar o álbum, consegue um contrato para a banda junto à Epic. Hammond é conhecido por ser o responsável pelo “descobrimento” de artistas como Countie Basie, Billie Holiday, Charlie Christian, Bob Dylan e Aretha Franklin, entre tantos outros.



O álbum “Texas Flood” é finalmente lançado no dia 13 de junho de 1983 pela Epic Records, atingindo posteriormente a 38ª posição da parada de álbuns da Billboard. O single extraído do disco, o da música “Pride and Joy”, atinge a 20ª posição da parada de AOL (Adult Oriented Rock) da Billboard. É ainda gravado um video-clip para a música “Love Struck Baby”. O álbum não só expôs o talento de Stevie para um número ainda maior de pessoas, mas também provou que tanto o Blues como a música orientada para a guitarra não estavam mortos.
O álbum “Texas Flood” possibilitou a uma nova geração conhecer músicas que, de modo único e com personalidade, deixavam evidentes as influências de Stevie. Estas influências foram, posteriormente, talvez em grande parte por causa deste disco, elevadas a condição de deuses do Blues e da guitarras; fato que só encontra comparações, com a invasão das bandas Inglesas na América no início dos anos 60.

Ainda hoje, é difícil mensurarmos o impacto que este álbum causou não somente na cena do Blues, mas também sobre uma geração inteira de garotos que, com este disco, puderam enxergar um outro mundo além do rock and roll e descobrir um verdadeiro artista que já em seu primeiro álbum mostrava, como uma espécie de tributo a seus mestres, uma fusão de todas suas influências, de artistas como Albert King, Buddy Guy, Lonnie Mack, Hubert Sumlin, Otis Rush, Albert Collins e principalmente Jimi Hendrix. O timbre de Stevie é também um dos atrativos que com toda a mística envolvida e histórias daquele que tornou-se um dos mais influentes discos de guitarra e Blues de todos os tempos.Disco para toda a vida.




Faixas do Álbum:
Love Struck Baby
Pride and Joy
Texas Flood
Tell Me
Testify
Rude Mood
Mary Had A Little Lamb
Dirty Pool
I’m Cryin’
Lenny
SRV Speaks *
Tin Pan Alley *
Testify (live) *
Mary Had A Little Lamb (live) *
Wham (live) *
* Constam somente na versão remasterizada do CD
Ficha Técnica:
Produtor Executivo: John Hammond
Produtores: Richard Mullen, Stevie Ray Vaughan, Tommy Shannon e Chris Layton
Assistente de Produção: Mike Harris
Engenheiro de Gravação: Richard Mullen
Assistente de Gravação: James Geddes
Gravado no Down Town Studios – Los Angeles – Califórnia
Vocais em “I’m Cryin’ “ gravados no Media Sound Studios por Lincoln Clapp
Overdbus gravados no Riverside Sound Studios – Austin - Texas
Mixado no Media Sound Studios – New York – New York
Masterizado no CBS Studios, New York – New York, por Ken Robertson
Arte da Capa por Brad Holland


domingo, 13 de novembro de 2011

The Cult - Love - 1985



Nota : 9,0

O The Cult no início de carreira se chamava Southern Death Cult, mas este nome era um pouco exagerado e eles depois acabaram mudando para The Cult apenas.
A banda pertencia ao vocalista Ian Astburry, um inglês nascido em Cheshire.
O estilo e a aparência de Ian lembrava muito o vocalista Steven Tyler do Aerosmith, e isto era bom por que chamava a atenção das pessoas.Ian morou em vários lugares diferentes. No Canadá, por exemplo, ele teve contato com a cultura indígena local, e isso o influenciou muito.
Quando Astburry foi morar em Yorkshire, ele juntou integrantes para o Southern Death Cult. A banda trazia Haq Quereshi (drums), David "Buzz" Burrows (guitar) e Barry Jepson (bass). Eles lançaram seu disco auto intitulado e começaram a fazer shows... em 1983 tiveram a oportunidade de abrir os shows do Bauhaus.
Naquele momento, a banda aceitou uma sugestão e teve sua primeira mudança de nome, se transformando em Death Cult. Com a mudança de nome, mudou também a formação: Ray Taylor-Smith (drums), Jamie Stewart (bass), e Billy Duffy (guitar).
O Death Cult seguia o estilo gótico de grupos como o próprio Bauhaus e o Joy Division, mas a banda já dava sinais de que aquilo não seria definitivo.
Em 1984, o nome foi trocado novamente, desta vez para The Cult. Neste ano a banda lançou mais um trabalho, batizado de “Dreamtime”. O disco foi independente e entre esses alcançou a primeira posição dos charts com a música “Spiritwalker”.


O disco começa com "Nirvana", uma música pra cima, com uma bateria de ska e marcada pela guitarra de Duffy. Em seguida vem "The Big Neon Glitter" que se inicia vovamente com Duffy e possui uma perfeita linha de bateria. A próxima dá nome ao disco; "Love". Novamente Billy inicia a música com maestria, mostrando que o guitarrista estava inspirado, e podemos perceber sua evolução musical. "Little face" é uma linda música, com uma bateria cheia de feeling, mais uma vez guitarras bem trabalhadas e a voz de Ian é simplesmente angelical. "Brother Wolf; Sister Moon" é a primeira balada do disco... repare que no final percebe-se alguns barulhos de trovões, uma ótima passagem para a próxima música intitulada "Rain" que se tornaria sucesso da banda até os dias de hoje. "The Phoenix" começa com a guitarra de Duffy ligada a um pedal Wah Wah e é a música mais pesada do disco. "Hollow Man" possui um ótimo refrão e é uma música "pra frente" e com ótima interpretação de Ian. "Revolution" é a segunda balada do disco e é a música que exprime perfeitamente a fase da banda naquela época, voltada ao pensamento hippie da década de 60. "She Sells Sanctuary" foi o primeiro grande hit; tanto que nunca saiu do set-list da banda até os dias de hoje. Nigel Preston tocou bateria somente nesta música e sua performance surpreende, tanto que nenhum baterista que passou pelo CULT depois conseguiu reproduzir fielmente a linha de bateria desta música. "Judith" é uma balada e é marcada pelos solos melódicos de Duffy, marcando novamente a fase inspirada do guitarrista. O disco termina com "Black Angel" uma balada que fala de um fugitivo e seus perigos durante sua volta para casa.

LOVE é um álbum bem trabalhado, climático e, até então, o mais pesado da banda resgatando um pouco do rock dos anos 60 e 70 com guitarras ácidas, melódicas e com pedais wah-wah. Por esse motivo o Cult foi bastante criticado (era quase um sacrilégio resgatar tudo isso nos anos 80), acusado de resgatar o movimento "flower-power" devido aos adereços, símbolos místicos e os cabelos longos de Ian. Os comentários foram mais contundentes quando confessaram gostar de Hendrix, Stones e Led Zeppelin, mas não deram a mínima aos jornalistas. A colocação de 15º lugar nas paradas e 200.000 cópias vendidas, apenas na Inglaterra, calou a boca dos piores críticos. As apresentações da banda nessa época eram como verdadeiras viagens lisérgicas: Ian, em seu visual andrógino, dançava hipnoticamente acompanhando a cada momento das músicas. E foi com este álbum que a banda abriu caminho para gravar sua obra prima "Electric".



Compre o seu.



Santana - Abraxas - 1970



Era no verão de 1970 que Carlos Santana já desfrutava de vários discos de platina por apenas 1 álbum, que incluía 2 sinles que entraram para o Top 40. E quando Santana tocou Soul Sacrifice em Woodstock, o mundo teve contato com a magia de sua guitarra. O som, antes conhecido somente em San Francisco, misturava riffs pesados de guitarra com congas e outros instrumentos de percursão que incendiavam a platéia mais católica. Mas foi em outubro de 1970 que Santana reuniu os músicos de sua banda e gravaram aquele que seria o melhor álbum de sua carreira, Abraxas.


Como bom Chef de cozinha que não se limita a fazer misturas óbvias , Santana e sua trupe aderiram ao freak Rock de São Francisco, garimpavam suas imaginações enfumaçadas e assim transformavam tudo o que iam descobrindo em rock'n'roll. Santana elaborou seu 2° disco para ir do rock até a salsa e o jazz, ritmados por um coração latino.
Abraxas é um daqueles momentos mágicos do rock e é quase uma viagem espiritual. O álbum é excelente desde a primeira até a última música, seja pela técnica apurada do guitarrista, seja pela musicalidade latina impressa pela percursão de Jose Areas, Mike Carabello e Rico Reyes. O play começa com Singing Winds, Crying Beasts, uma instrumental que prepara terreno para a versão de Santana para Black Magic Woman (na verdade, BMW é composição de Peter Green, fundador do Fleetwood Mac) . Apresentada no álbum num medley com Gypsy Queen, Black Magic Woman é a canção de maior “sucesso” de Santana, tendo sido radiodifundida pelos quatro cantos do globo.

Carlos e sua guitarra com timbre único eram os componentes de uma engrenagem extremamente talentosa e mostra explícitamente durante todo o disco , que a união da música é como a de dois amantes , o ritmo é o homem e a melodia a mulher. O baixista Dave Brown e o batera Mike Shrieve assentam neste álbum as bases do que seria uma das melhores e mais afiadas seções rítmicas da história da música. E assim cada componente da banda vai deixando a sua marca como o órgão sedutor de Gregg Rolie em "Black Magic Woman" e "Oye Como Va". Aqui Santana faz pela música latina o que Chuck Berry fez pelo Blues anos antes, e deixa um disco para toda a vida.

Músicas :
1- Singing Winds, Crying Beasts
2- Black Magic Woman/ Gypsy Queen
3- Oye Como Va
4- Incident At Neshabur
5- Se A Cabo
6- Mother's Daughter
7- Samba Pa Ti
8- Hope You´re Feeling Better
9- El Nicoya





quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Focus - Moving Waves - 1972


No período de 1970 a 1975, o Rock Progressivo mundial viveu seu mais esplêndido, coeso e produtivo período de existência, e mesmo ainda estando em desenvolvimento naquela época, foram feitos naqueles anos a maioria dos discos  que se tornaram obras-primas do estilo. Aqueles tempos eram de mudança (já que o mundo todo sofria descobertas e alterações políticas, religiosas, ideológicas e mesmo econômicas), e talvez graças a isso, os músicos que procuravam inovar em sua arte encontravam apoio das gravadoras, do público e até mesmo dos críticos. Ou seja, o período era favorável ao bom uso da arte, e muitos grupos souberam aproveitar sua chance para nos brindar com obras que com certeza sobreviverão à passagem do tempo.Thijs Van Leer ( vocalista, flautista e responsável pelas teclas da banda) e Jan Akkerman( guitarrista) reformam o grupo Focus, que havia se desintegrado após a gravação de seu primeiro disco (In And Out Of Focus), com a entrada do baterista Pierre Van Der Linden (Trace) e do baixista Cyril Havermans.

O disco começa com a pancada que se tornaria a música mais famosa do grupo: Hocus Pocus. Uma verdadeira exibição de técnica, feeling, psicodelia e humor que dura mais de seis minutos. Destaque para o incrível trabalho de guitarra de Jan e os hilários vocais "yodel" (canto típico da Holanda) de Thijs. A música é extremamente constrastante, passando de guitarras nervosas para passagens com acordion, flauta e até assobios, para voltar ao clima "heavy metal" segundos depois.
Na sequência, algumas baladas e músicas mais lentas: Le Clochard (O Vagabundo), Janis (escrita em homenagem à cantora, falecida meses antes da gravação do disco), com uma incrível linha de flauta de Thijs Van Leer, Moving Waves (uma das poucas e raras músicas do Focus com linhas vocais sérias), que basicamente é piano e vocal, Focus II, que começa lenta mas depois tem uma seção que lembra músicas de vinhetas televisivas dos anos 70.


à musica Eruption, o projeto mais ambicioso do grupo até então, é uma colagem de várias vinhetas: Orfeus, Answer, Pupilla, Tommy, The Bridge, Euridice, Dayglow e Endless Road. Cada uma extremamente diferente da outra, como se fosse um bate-papo no meio da música, uma vinheta "conversando" com a outra. Uma verdadeira epopéia musical, com passagens lentas (Orfeus) e outras mais velozes (Answer). Destaque novamente para a guitarra de Jan Akkerman e os teclados de Thijs Van Leer, e o baterista Pierre que arrebenta nossos ouvidos dando uma ótima dinâmica ao instrumento e levadas e viradas que só ouvindo com muita atenção,e que simplesmente abraçam o ouvinte levando o consigo para uma grande e bonita viagem. As linhas de baixo na música Eruption também são muito boas.Esse disco é extremamente recomendado para quem curte um bom rock com ótimas melodias, e sentirmos o quão influente foi a banda para não só o progressivo, mas para o rock e suas vertentes. Eu já tenho o meu,e você?
  


Faixas:
1.  Hocus Pocus
2.  Le Clochard
3.  Janis
4.  Moving Waves
5.  Focus II
6.  Eruption




terça-feira, 1 de novembro de 2011

Judas Priest - Painkiller - 1990


Em seu início de carreira, o Judas Priest mesclava, soberbamente, heavy e rock. Vários anos se passaram e a banda seguia destilando seus poderosos riffs, até início dos anos 80. Após este tempo, seguiram-se álbuns fracos em conteúdo musical, que vieram a diminuir a reputação conseguida . Porém, logo após esta baixa, o Judas Priest volta para ficar de vez impresso na alma de todo e qualquer headbanger fanático por peso e melodia; o lançamento de Painkiller, em 1990, foi o grande responsável por esta façanha.

Podemos começar citando a arte fenomenal da capa do álbum, já a banda, surpreende a partir da majestosa introdução com a faixa-título, onde a bateria de Scott Travis começa a ditar o tom da destruição metálica existente no álbum; cheia de melodias, fúria, peso e um vocal  agressivo, Painkiller de cara, é um dos clássicos da banda. Destacam-se, também, as guitarras com seus solos inesquecíveis, compondo a estrutura desta faixa. Hell Patrol é outra música que mescla melodia vocal com peso nas guitarras, de forma genuína, com Gleen Tipton e K.K Dowing no melhor de suas formas. All Guns Blazing e Leather Rebel seguem a dinastia. Outra das faixas que traz um heavy incontrolável, é justamente Metal Meltdown. Um outro grande clássico do álbum, fica por conta da inconfundível Night Crawler, seguida da não menos clássica, mas também dramática, A Touch of Evil; destaca-se pela dramaticidade existente na voz de Rob Halford, junto ao seu altíssimo alcance já antes comprovado, bem como o riff que compõe a base da música e seu solo maravilhoso. A gravação, mixagem e a produção do disco , nada deixam a desejar. Alguns xiitas podem até trocer o nariz para este álbum, mas ele resgatou a banda e o heavy metal tradicional , pois os anos 90 foram  a década do grunge, mas ninguém pode negar que revigorou o estilo musical para a nova geração. Compre o seu.


Discografia Básica do Rock - Alice In Chains - Dirt - 1992


Quando Seattle foi designada como o epicentro de um movimento musical , no incício dos anos 90, eu tinha 15 anos,e o O Alice in Chains era  formado em 1987, quando Layne Staley (vocalista) conheceu Jerry Cantrell (guitarrista) no Music Bank, em Seattle. Antes disso, Staley já tocava com alguns amigos em uma banda chamada Alice N’ Chains, mas a partir de seu encontro com Cantrell a banda passa a se chamar Alice In Chains e o negócio começa a ficar mais sério. Jerry traz para a banda o baixista Mike Starr e o baterista Sean Kinney, e a banda começa a tocar nos clubes e bares de Seattle.

Em 1989, a banda assina com a Columbia Records. Em junho do ano seguinte, lançam o EP "We Die Young" (que hoje é muito difícil de achar). O som da banda logo se caracteriza como um "hard-metal" de primeira, com nítidas influência do Black Sabbath, fazendo a banda tornar se o centro das atenções com o lançamento deste disco.Até então o Alice In Chains, era uma bnada grunge em ascenção e teve uma aparição no filme"Singles" de Cameron Crowe.

Com suas guitarras encharcadas de distorção,e as  letras melancólicas e de uma sinceridade brutal mas ao mesmo tempo eram preocupantemente honestas, na verdade o disco estava repleto de alusões à dependência de drogas que o vocalista Layne Staley sofria e funcionavam como uma antevisão de sua morte por overdose quase uma década depois. Letras como as das músicas Junkhead e a faixa título falam por si mesmas. Mais mesmo assim Dirt ,o disco, contribuiu muito para o que o grunge se tornasse um gênero musical, e que o Alice In Chains por mais dos problemas que rondavam a banda na época do lançamento do disco, deixou gravado um disco de rock para toda a vida.

Músicas :
1- Them Bones
2- Dam That River
3- Rain When I Die
4- Sickman
5- Rooster
6- Junkhead
7- Dirt
8-God Smack
9-Untitled
10-Hate To Feel
11-Angry Chair
12-Down In A Hole
13-Would?