sábado, 3 de setembro de 2011

Jethro Tull - A Passion Play - 1973

Estamos no ano de 1973. O Jethro Tull vinha de um sucesso estrondoso com o disco Thick As A Brick, extremamente conceitual e que caiu nas graças dos críticos,resolveram lançar outro disco conceitual e com só uma música , chamada A Passion Play. Assim, o que parecia impossível se tornou realidade, já que a banda conseguiu fazer outra obra-prima tão boa quanto a anterior.
Ian Anderson escreveria uma das letras mais intrincadas da história da música, tratando da Paixão (morte e ressurreição) de uma forma alegórica e com vários duplos sentidos.
Basicamente falando, a estória fala de nosso "herói", Ronnie Pilgrim, que morre, vai para o céu e não gosta, vai para o inferno e também não gosta, preferindo ressuscitar para viver novamente no local que mais gostou: a Terra.O fim da história depende da interpretação que cada um dá a ela. Enfim, uma música maravilhosa que ainda faz as pessoas pensarem, algo muito raro de ser encontrado nos dias de hoje.

O instrumental possui variações musicais a cada momento em uma música de 45 minutos, que fazem com que ela não se torne repetitiva, como acontecem no Thick As A Brick, em que trechos se repetiam. Os músicos tocam vários instrumentos no disco: Ian Anderson, além de sua flauta e voaiolão básicos, se aventura entre os saxofones, que continuaria usando até 1975. John Evan, além do piano e órgão, se aventura pela primeira vez entre os sintetizadores, que já eram moda na época entre outros grupos de rock progressivo. a utilização de saxofones de forma muito bem colocada, dando um toque ainda mais progressivo e jazzístico à música. Outro aspecto a ser notado é que, quanto mais escutamos este disco, mais gostamos dele, pois trata-se de uma música com mais variações, fazendo deste o mais progressivo disco da banda.
Jeffrey Hammond "canta" no trecho mais atípico do disco: Durante a visita de Ronnie Pilgrim ao céu, ele assiste a uma peça de teatro chamada "The Story Of The Hare Who Lost His Spectacles". "A peça" foi filmada com personagens vestidos como animais e com os integrantes do grupo aparecendo em algumas partes (Jeffrey Hammond como narrador e Ian Anderson como contra-regra, que eu me lembre agora) e exibida durante a turnê.
Infelizmente, apesar do público, especialmente o americano, ter adorado o disco, os críticos o odiaram, para não dizer pior. Tanto que Ian Anderson chegou a tomar a decisão de encerrar o grupo, o que acabou durando uma semana.
Trata-se de um disco perfeito para os fãs de progressivo, de música complexa e trabalhada e que faz pensar. Se você se enquadra neste perfil, vá em frente e compre o cd, pois trata-se de um clássico a ser incluído em qualquer discografia básica dos fãs deste estilo musical.







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