terça-feira, 6 de setembro de 2011

Herbie Hancock- Headhunters - 1973



Herbert Jeffrey Hancock nasceu em Chicago em 1940 e desde cedo esteve em contato com a música. Aos sete anos Herbie já estudava música clássica, e aos onze deixou boquiabertos todos que presenciaram sua performance tocando o "Concerto para Piano Número 5 em D Menor" de Mozart, ao lado da Orquestra de Chicago. Hancock se interessou pelo jazz ao entrar em contato com gravações de Oscar Peterson e George Shearing. Extremamente atraído pelas contruções harmônicas e melódicas do estilo, se embrenhou no estudo teórico das composições de Peterson, Shearing e outros nomes fundamentais, principalmente Miles Davis e John Coltrane.
Sua discografia obteve um resultado excelente, porém irregular, nos brindando com pérolas como Thrust ou Future 2 Future ou com exageros, mais especificamente na triologia eletrônica Future Shock (1983), Sound System (1984) e Perfect Machine (1988).
Porém foi em Headhunters que Hancock não só atinge seu melhor trabalho no estilo, como consegue imprimir uma característica particularmente negra ao Fusion, aproximando o jazz ao funk e ao soul de Isaac hayes, Sly and the family Stone e Funkadelic.


Por trás de uma daquelas estantes gigantes de teclados e efeitos - piano, Rhodes, clavinete, órgão, sintetizadores, mellotron, echoplex -, como um Rick Wakeman negão, Hancock comandou o mais fulminante destacamento do jazz-funk: Bennie Maupin no sax, Paul Jackson no baixo, Harvey Mason na bateria e Bill Summers na percussão. A  vistosa tecladeira era usada com concisão, precisão e senso de groove robóticos e intrincados - a contrapartida com melanina e testosterona ao Kraftwerk, numa antecipação do electro nova-iorquino que daria origem ao hip-hop e ao techno, anos depois.


O disco começa com a grandiosa e excelente Chameleon, uma das mais conhecidas musicas do artista. Ali Hancock se utiliza de uma batida altamente dançante, por vezes comedida, por vezes um pouco mais agitada recheado por ótimos solos de teclado e saxofone. O grande mérito do artista é conseguir fazer com que essa música com mais de 15 minutos não perca o ritmo em um só momento, pelo contrário, dando ao ouvinte um gostinho de quero mais ao terminar de escutar a faixa. 
 Watermelon Man é uma releitura bastante dançante da versão original da mesma, de 1964. A escolha da música e os arranjos feitos pelo artista e sua banda mostram que a escolha dessa canção foi certeira e que a releitura, com doses maciças de um soul a la James Brown, caia como uma luva para a canção.
Já Sly, clara referência ao grupo Sly and the Family Stone, é aonde o artista realmente cai de cabeça numa melodia black. Com fortes pitadas de funk, a música poderia ser colocada numa pista de dança, tamanho seu ritmo e batida fortemente dançavel.
Vein Meiter fecha o disco como a única musica em que o soul-funk dá (pequeno) espaço para uma melodia mais ligada ao Jazz, terminando o trabalho com chave de ouro.
Um dos grandes trabalhos do gênero fusion e parada obrigatória para quem quer conhecer o estilo.Disco para toda a vida.










Nenhum comentário:

Postar um comentário